Núcleos regenerativos para restauração ecológica em áreas de exploração petrolífera em Coari, Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Naman, Lívia
Orientador(a): Vieira, Gil
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5107
http://lattes.cnpq.br/6854740773901351
Resumo: A exploração de hidrocarbonetos na Amazônia trata-se de uma atividade de alto impacto ambiental, mesmo ocorrendo em áreas reduzidas. A magnitude do distúrbio supera a capacidade de resiliência destas áreas, tornando-as dependentes de atividades que visem a sua restauração. Na região da bacia do rio Urucu, no município de Coari, Amazonas, Brasil (4º30´S e 64º30´W), a principal técnica empregada para restauração das áreas degradadas é o plantio misto de mudas, atividade cara que exige grande infraestrutura, principalmente, por ser empregada em locais remotos, como é o caso das áreas impactadas pela exploração petrolífera na Amazônia. Alem disto, o plantio de mudas não apresenta resultados satisfatórios quanto à cobertura do solo, controle da erosão e cicatrização do dossel, para estas áreas altamente impactadas. Portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de técnicas que utilizem o mínimo de recursos externos e ecologicamente viáveis, para atingir o objetivo da restauração ao menor tempo e custo possíveis. No presente estudo, foram confeccionados núcleos regenerativos feitos a partir de materiais biodegradáveis, para suporte de diferentes tipos de propágulos. Tais núcleos foram desenvolvidos a partir da união das técnicas de nucleação e bioengenharia de solos, com intuito de funcionarem como um “biopool” ou fonte de vida. O intuito é que futuramente, a partir destes locais, sejam criadas “ilhas” de vegetação para promover aumento no número de plântulas e iniciar processos de regeneração e sucessão nas áreas impactadas pela exploração petrolífera. As características físicas dos “biopools” quanto à absorção de água, permissão ao enraizamento de plantas, controle de plantas invasoras e decomposição, também foram avaliadas. Para verificar a eficácia em aumentar o número de plântulas por m² foi utilizado delineamento experimental fatorial em blocos ao acaso. Cinco tratamentos testaram o uso dos núcleos regenerativos em combinação com diferentes tipos de propágulos, sementes nuas ou peletizadas e estacas. Outros três tratamentos avaliaram os efeitos do preparo da área com roçagem e/ou aplicação de herbicida. Testado em laboratório os “biopools” apresentaram significativa capacidade de absorção de água, as estruturas feitas de fibra de coco tiveram sua massa dobrada após 24 horas de imersão. O período estudado não foi suficiente para observarmos a penetração das raízes das plântulas através dos núcleos regenerativos. As estruturas feitas a partir do pó da fibra de coco e látex se mostraram eficientes em controlar as gramíneas nos locais em que foram instaladas. Os núcleos regenerativos, não apresentaram decomposição significativa de suas estruturas ao final dos seis meses de avaliação. As estacas de Piper aduncum L. apresentaram alta mortalidade em campo. Para as espécies utilizadas na forma de sementes, Bellucia grossularioides (L.) Triana, Cecropia pupurascens C. C. Berg., Cecropia sciadophylla Mart. e Isertia hypoleuca Benth. apenas a última não germinou, em nenhum dos tratamentos utilizados, até o momento da última observação. Espécies oriundas da chuva de sementes foram observadas e também contribuíram com o aumento do número de plântulas nas áreas estudadas. Não encontramos diferenças significativas para a interação das espécies utilizadas na forma de sementes com os tratamentos utilizados. Não houve efeito do preparo da área na porcentagem de colonização de plantas invasoras. Porém, houve efeito do tipo de preparo da área no número de plântulas por m². Não encontramos diferenças significativas no número de plântulas colonizando as áreas estudadas entre os tratamentos de nucleação utilizados, no entanto a média do número de plântulas aumentou significativamente, após a instalação do experimento.