Uso do habitat por urubus (Família Cathartidae Lafresnaye, 1839) em áreas urbanas e naturais em Manaus, Amazonas
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12209 http://lattes.cnpq.br/9728853023964765 |
Resumo: | A expansão de áreas urbanas tem favorecido o estabelecimento e o crescimento de populações de algumas espécies de urubus (Família Cathartidae) em ambientes altamente antropizados. Isto tem gerado conflitos com os seres humanos, tais como ataques a animais de criação, incômodo causado por ninhos e dormitórios e aumento significativo do risco de colisões com aeronaves. Neste estudo foi mostrado: (1) como determinados componentes urbanos favorecem a ocorrência de urubus-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) e urubus-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura); (2) os fatores ecológicos que influenciam a seleção de dormitórios comunitários por urubus-de-cabeça-preta; e (3) o uso de fontes artificiais de calor como auxílio de voo por urubus na área urbana de Manaus, Amazonas, Brasil. Os resultados demonstraram claramente dois padrões de uso do habitat por essas duas espécies de urubus. Urubus-de-cabeça-preta estavam associados a componentes que fornecem grande quantidade de alimento, tais como lixeiras e riachos (igarapés) poluídos. Por outro lado, urubus-de-cabeça-vermelha estavam altamente associados aos remanescentes florestais, porém evitaram locais com grande concentração de urubus-de-cabeça-preta (ex. feiras-livres). A seleção de locais para uso como dormitórios por urubus-de-cabeça-preta também foi diretamente influenciada pela proximidade de áreas onde há grande oferta de alimento. Outro interessante resultado, relacionado à ecologia comportamental, foi a demonstração do uso do calor liberado por chaminés de usinas termelétricas como um artifício para ascensão do voo por urubus, auxiliando o movimento dessas aves entre dormitórios e locais de alimentação, bem como aumentando o tempo de atividade diária dessas aves. Com base nos resultados é possível sugerir medidas de manejo que minimizem os problemas causados pelos urubus. As medidas de manejo para urubus-de-cabeça-preta devem se concentrar nas estruturas que oferecem grande oferta de alimento (ex. substituição de lixeiras abertas por lixeiras com tampa e revitalização de igarapés), enquanto que as ações voltadas para urubus-de-cabeça-vermelha podem ser concentradas nos locais em que estes causem problema (ex. ambientes aeroportuários) através da retirada de carcaças de animais. Medidas de manejo como o bloqueio de acesso a poleiros, remoção de ninhos e medidas de inquietação podem ser utilizadas para ambas as espécies nos locais que eles utilizam para nidificar e/ou como dormitórios. |