Dinâmica de uma floresta de terra firme na Estação Experimental de Silvicultura Tropical, Manaus, Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Souza, Fernanda Coelho de
Orientador(a): Santos, Joaquim dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5042
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4244661J3
Resumo: Foi analisada a dinâmica da comunidade arbórea em uma floresta de terra firme na Estação Experimental de Silvicultura Tropical, Manaus Amazonas durante o período de 1996 a 2010. O estudo teve como objetivos: 1) descrever as mudanças na composição florística entre os anos de 2004 e 2010; 2) descrever as mudanças na composição florística ao longo de um gradiente edáfico; 3) avaliar as mudanças nos dados demográficos da vegetação entre os anos de 1996 e 2010; 4) analisar as mudanças nas taxas de mortalidade e recrutamento em função das variáveis do solo; 5) avaliar a eficácia da matriz de transição para diferentes intervalos de monitoramento (dois, quatro e seis anos) e 6)estimar e avaliar o comportamento das variáveis: biomassa fresca, seca e teor de carbono ao longo do período monitorado. O estudo foi conduzido considerando todos os indivíduos arbóreos com DAP ≥ 10 cm, encontrados em dois transectos de 20 x 2500 m (125 parcelas de 20 x 20 m alocadas sistematicamente em cada uma das transecções). As mudanças temporais na composição florísitica foram pequenas, evidenciada por um Índice de similaridade de Sørensen de 97,2%, houve a saída de 38 espécies (4,23%) e duas famílias e o ingresso de 20 espécies (2,27%), sugerindo uma comunidade arbórea adaptada ao meio. Essas pequenas mudanças na composição são decorrentes do ligeiro acréscimo e decréscimo na riqueza de espécies raras ou incomuns. As 15 variáveis edáficas foram condensadas em dois eixos de ordenação. O primeiro eixo (PCA1) explicou 42,73% da variação dos dados, representado por um gradiente de textura do solo, já o segundo eixo explicou 23,73% da variação dos dados, sendo explicado em grande parte pelos teores de argila e areia, em menores proporções pelos teores dos nutrientes nitrogênio (N) e carbono (C). O gradiente edáfico foi um bom preditor na variação da composição florísitica, explicando 71,9% e 71,4% da variação de dados qualitativos e quantitativos respectivamente. Esta relação evidencia a teoria proposta pela escola determinística, que considera que a heterogeneidade ambiental é a principal causa para a substituição gradual das espécies, sugerindo uma estruturação por nichos. As taxas de recrutamento (1,25 ± 0,66%. ano-1) se equipararam a de mortalidade (1,24 ± 0,45%. ano-1), conferindo a comunidade um estado de equilíbrio dinâmico. Ao longo do período monitorado tanto o recrutamento quanto a mortalidade oscilaram nos intervalos, a maior taxa de mortalidade observada foi de 1,94 ± 0,84%.ano-1 durante os anos de 2004 a 2006, que compreendem a seca de 2005 e o blowdown. Embora haja uma elevada heterogeneidade ambiental que proporcione diferentes nichos não houve efeito significativo (p > 0,05) do gradiente edáfico sobre os eventos de morte e ingresso de indivíduos arbóreos, sugerindo que ambos ocorreram de forma estocástica ao longo do gradiente. Para a escala estudada não existe relação entre taxa de mortalidade e recrutamento com a heterogeneidade ambiental, o que pode ser atribuído tanto a baixa variação das variáveis preditas (mortalidade e recrutamento) quanto a pressão seletiva que as espécies de baixio sofrem. A matriz de transição foi uma eficiente ferramenta para projeção da dinâmica florestal quando considerados períodos curtos de dois anos. Intervalos de quatro e seis anos não produziram boas estimativas da distribuição de indivíduos por classes de diâmetro, evidenciando que períodos de projeção devem ser curtos o suficiente para captar as mudanças entre estados e nos dados demográficos da vegetação, a fim de viabilizar a prognose para o período seguinte. Foi observado o mesmo padrão para as variáveis: densidade de indivíduos, biomassa seca, biomassa fresca e teor de carbono. Corroborando com o encontrado para as taxas de mortalidade e recrutamento, estas variáveis permaneceram em equilíbrio se considerarmos todo o período, porém foram observadas flutuações nestes valores nos diferentes intervalos. Apesar da evidente dinâmica observada ao longo dos anos a comunidade manteve-se estável no intervalo considerado.