Resumo: |
A presente pesquisa objetivou a análise das consequências socioeconômicas e ambiental dos parques eólicos instalados na área da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão (RDSEPT), nas comunidades de Barreiras, Diogo Lopes e Sertãozinho, no município de Macau-RN, e Mangue Seco I, Mangue Seco II e Lagoa Doce, no município de Guamaré-RN. Para tanto, foram utilizados dados secundários: livros, teses, periódicos e relatórios simplificados e primários: registros fotográficos, processamento digital de imagens, observações in loco e aplicação de entrevistas, aplicadas á indivíduos de Barreiras, Diogo Lopes e Sertãozinho (0,3% da população total) e Mangue Seco I, Mangue Seco II e Lagoa Doce (0,7% da população total). Os resultados evidenciaram a geração de produtos socioeconômicos e ambientais negativos dos empreendimentos eólicos e a maioria do público-alvo da pesquisa considerou ruim (36%), regular (32%), e muito ruim (8%) o grau de importância dos parques, indicando que 56% dos entrevistados optaram pela não importância dos parques eólicos para a comunidade. Esse descrédito se deve ao distanciamento entre os parques eólicos e as comunidades em questão. Ademais, 76% dos entrevistados não conhecem pessoas que trabalham em parques eólicos, o que evidenciou a ausência de interesse, incentivo e participação do poder público e dos parques eólicos na construção de políticas públicas, planos e projetos que viabilizem os empregos locais. Da mesma forma, a pesquisa revelou que não há praticamente absorção da força de trabalho local pelos parques eólicos, assim como não há satisfação da maioria das pessoas entrevistadas com os efeitos ambientais dos parques eólicos (53%). Entre as consequências ambientais da instalação dos parques eólicos para as comunidades estudadas estão: o desmatamento (17%), a poluição visual e impactos negativos sobre o turismo (13%), bloqueio do deslocamento das pessoas (9%), o aumento da erosão eólica e o aterramento de lagoa interdunar (4%), a redução de volume de pescado (4%) e a interrupção da passagem ao gado (2%). Logo, os empreendimentos eólicos instalados nas referidas comunidades e no seu entorno geraram produtos econômicos, sociais e ambientais negativos. |
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