Prática curricular docente no PROEJA/FIC: contribuições da Pedagogia Histórico-Crítica para a formação omnilateral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cavalcanti, Giselli Kézia Oliveira lattes
Orientador(a): Santos, Edlamar Oliveira dos lattes
Banca de defesa: Santos, Edlamar Oliveira dos lattes, Lima, Andreza Maria de lattes, Duarte Neto, José Henrique lattes, Maranhão, Iágrici Maria de Lima lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - Campus Olinda
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica, (ProfEPT), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco
Departamento: Olinda
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ifpe.edu.br/xmlui/handle/123456789/749
Resumo: Esta pesquisa se inscreve no debate sobre as práticas curriculares desenvolvidas no âmbito dos cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) ofertados pelo Programa Nacional de Integração da Educação Profissional à Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA). Teve como objetivo analisar a concepção de integração que orienta a prática curricular docente e sua relação com a formação omnilateral, a partir dos princípios da Pedagogia Histórico-Crítica (PHC). Para elaboração dos fundamentos teóricos, elencamos os seguintes aspectos: pontuamos alguns marcos históricos da Educação de Jovens e Adultos até a sua integração com a Educação Profissional Tecnológica de Nível Médio, por meio do PROEJA, evidenciando sua constante luta para se consolidar enquanto Política Pública de Estado comprometida com a formação humana integral da classe trabalhadora. Em seguida, trazemos uma reflexão sobre currículo a partir dos estudos de Sacristán (2013) e Santomé (1998), procurando demarcar a especificidade da escola com base em Saviani (2013) e Young (2007). Buscamos um pouco da escola unitária de Gramsci (1982) e abordamos o sentido filosófico do ensino integrado proposto por Ramos (2008, 2014). Situamos a PHC no contexto das teorias educacionais, enunciando os seus princípios e relacionando-os às matrizes teóricas do PROEJA. Para isso, nos apoiamos em Saviani (1999, 2007, 2013, 2015) e outros teóricos alinhados a essa teoria. Elegemos como campo de pesquisa um campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) e uma Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) da rede estadual de Pernambuco, que atuam em regime de parceria na oferta de cursos FIC pelo PROEJA. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, cujos procedimentos adotados para a construção dos dados foi o levantamento bibliográfico, a aplicação de questionário misto e a realização de entrevistas semiestruturadas com docentes atuantes nesses cursos. Os dados produzidos a partir das entrevistas foram organizados e tratados com base na técnica de análise de conteúdo temática proposta por Bardin (2016), analisados em diálogo com estudiosos do campo histórico-crítico. Os achados revelaram que a maioria dos docentes desconheciam que o PROEJA articula Educação Profissional e Educação Básica, sendo a integração concebida enquanto elemento de inclusão escolar na perspectiva assistencialista. Denotaram, também, uma tendência em considerar os conhecimentos advindos do cotidiano do aluno como base para definição do currículo, colocando obstáculos para uma formação omnilateral. Contudo, alguns discursos se aproximavam de uma prática orientada pela perspectiva da omnilateralidade, ao considerar a apropriação dos conteúdos escolares como determinantes para o desenvolvimento da autonomia dos educandos. A fim de contemplar uma especificidade do Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT), baseado nos dados da pesquisa, elaboramos uma cartilha como produto educacional, a fim de contribuir para uma reflexão sobre o conceito de integração e permitir uma primeira aproximação teórica com a PHC. A cartilha foi socializada e avaliada pelos participantes da pesquisa, pela coordenadora dos cursos e por professores com experiência na educação de jovens e adultos como um instrumento que contribui para a orientação de uma prática curricular docente cuja perspectiva seja a formação omnilateral