Estudo do impacto da terapia antirretroviral na expressão gênica de sting, cGAS e nos níveis séricos de interferon tipo I em uma coorte de infectados pelo HIV-1

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lima, Lorena Leticia Peixoto de
Orientador(a): Vallinoto, Antonio Carlos Rosário
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4159
Resumo: A resposta imune inata a infecções virais tem como elemento chave a produção de Interferons tipo I. As moléculas STING e cGAS, codificadas pelos genes TMEM173 e MB21D1, respectivamente, têm papel comprovado na cascata antiviral. A epidemia do HIV-1 ainda é considerada um problema de saúde pública global, porém obteve-se grandes avanços em seu combate com a implementação da terapia antirretroviral (TARV). A TARV tem impacto considerável sobre a replicação viral e imunidade adaptativa do hospedeiro. Diante disto o presente estudo teve como objetivo avaliar o impacto da TARV na imunidade inata, representada pelos genes STING, cGAS e pelos níveis séricos de IFN-α. O estudo de coorte avaliou um grupo de 33 indivíduos atendidos em centro de referência virgens de terapia e os reavaliou após uma média de 12 meses de tratamento. Foram avaliados os níveis de expressão gênica e Carga viral por PCR em tempo real, contagem de LTCD4+ e LTCD8+ por citometria de fluxo e dosagens de IFN-α por ELISA. Ao comparar as análises feitas antes e após o início da TARV observou-se aumento significativo nas contagens de LTCD4+ e relação CD4+/CD8+ (p< 0,0001), uma redução discreta em LTCD8+ e redução da carga viral a níveis indetectáveis na maior parte do grupo (84,85%). As expressões de STING e cGAS sofreram redução significativa (p= 0,0034 e p= 0,0001, respectivamente) com o uso da TARV. A dosagem de IFN-α também sofreu redução, porém sem significância (p= 0,1558) e sem apresentar correlação com a expressão dos genes inatos. Dentre os marcadores avaliados os únicos a apresentarem correlação foram STING e LTCD4+ no momento da 1ª coleta. Diante dos resultados obtidos é possível reforçar que a TARV atua como promotora da recuperação da função imune e supressora viral. Sugere-se também que a terapia regula negativamente a expressão de STING e cGAS, porém sem afetar drasticamente a produção de IFN-α, que pode estar sob estímulo de outros fatores e representar um risco de inflamação persistente para o paciente.