Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Aline Holanda |
Orientador(a): |
Oliveira, Edivaldo Herculano Corrêa de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4402
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Resumo: |
O metilmercúrio (MeHg) é um composto organometálico altamente tóxico, com potencial para bioacumular e biomagnificar, e atingir níveis elevados em espécies de nível trófico superior. A exposição ocorre, sobretudo, pela ingestão de pescado contaminado e pode ocasionar efeitos variados, como alterações neurológicas e de desenvolvimento, em animais e em humanos e, adicionalmente, pelo potencial genotóxico, ocasionar quebras e alterações no DNA. Assim, considerando o tropismo do MeHg pelo sistema nervoso central e que algumas regiões, como a região amazônica, apresentam fatores que contribuem para contaminação ambiental e humana, esse trabalho teve como objetivo avaliar os potenciais citotóxico e genotóxico do MeHg em duas linhagens celulares de origem neural – B103 (neuroblastoma) e C6 (glioma). Para isso, as células foram expostas ao MeHg por 24 horas, e posteriormente foram aplicados teste de viabilidade celular, atividade metabólica, acumulação de metal, teste do micronúcleo, ensaio cometa, teste de aberrações cromossômicas e FISH com sondas teloméricas. A linhagem B103 foi mais sensível ao MeHg, com viabilidade celular e atividade metabólica baixa ou inexistente em todas as concentrações analisadas, enquanto que na linhagem C6 as reduções ocorreram em concentrações superiores (a partir de 3,6µM), diferença refletida na LC50 - 2,8µM para B103 e 6,3µM para C6. Após exposição das linhagens às suas respectivas LC50, observou-se que o acúmulo intracelular do composto foi de 0,52µM na linhagem B103 e 1,92µM na linhagem C6. Esse acúmulo pode estar diretamente relacionado à formação de micronúcleos nas duas linhagens e brotos na linhagem C6, além de aberrações cromossômicas estatisticamente significantes em relação ao controle. A aplicação de sondas teloméricas revelou que não houve quebras cromossômicas terminais, fato reforçado pela ausência de quebras no ensaio cometa. Além disso, como as concentrações não foram suficientes para produzir dano ao DNA, detectados pelo ensaio cometa, pode-se afirmar que os micronúcleos são em sua maioria resultados de processos aneugênicos, tendo em vista o conhecido efeito do MeHg nos microtúbulos. Os resultados obtidos sobre o efeito do MeHg no DNA de células neurais comprovam a maior sensibilidade de células neuronais em relação às células gliais, e revelam a importância de testes de genotoxicidade em estudos de exposição e no monitoramento de eventos de contaminação. Assim como o acúmulo intracelular de metal, devido seus efeitos deletérios, reforça a necessidade de ações de prevenção a exposição a contaminantes químicos presentes no meio ambiente, seja através do biomonitoramento humano e ambiental, seja através de políticas mais eficazes para utilização e descarte de contaminantes químicos. |