Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Suzana Ribeiro de Melo |
Orientador(a): |
Medeiros, Daniele Barbosa de Almeida |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://patua.iec.gov.br/handle/iec/6692
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Resumo: |
A Febre Amarela (FA) é uma doença infecciosa, de origem viral, levando a um quadro febril agudo, possui caráter endêmico e também enzootico em florestas tropicais da África e da América resultando em surtos períodicos que podem levar a epidemias de maior ou menor alcance, sendo transmitida ao homem por meio da picada de insetos infectados, O vírus da febre amarela (Yellow Fever Virus YFV) é um arbovírus pertencente ao gênero Flavivirus, família Flaviviridae. Possui dois ciclos de manutenção distintos: o ciclo urbano, no qual o homem é o hospedeiro de grande relevância epidemiológica e o vetor é o Aedes aegypti; e o ciclo silvestre, onde o vírus é mantido em natureza em primatas não humanos (PNH) e transmitido por mosquitos dos gêneros Haemagogus sp. e Sabethes sp., na África ocorre ainda um terceiro ciclo conhecido como intermediário ou rural, com outros mosquitos envolvidos na transmissão do gênero Aedes. No entanto ainda são poucos os estudos sobre infecção do SNC de PNH e diante disto realizou-se um estudo oriundo de inquérito epidemiológico com o objetivo de avaliar as alterações teciduais e o perfil de citocinas no cérebro de Callitrix sp. e Alouatta sp. naturalmente infectados pelo YFV. Foram selecionadas 22 amostras do SNC sendo 8 do gênero Alouatta sp. e 14 do gênero Callithrix sp. positivas para YFV no fígado por IHQ e posteriormente testadas por IHQ para detecção do antígeno de YFV no cérebro, onde observou-se positividade para 5 amostras do gênero Callithrix sp. (5/14; 35,7%) e 7 (7/8; 87,5%) do gênero Alouatta sp. Foram analisadas as áreas da meninge, parênquima e região perivascular quanto as lesões histopatológicas observou-se na meninge: presença de congestão células inflamatórias, edema difuso/perivascular e hemorragia, no parênquima: morte celular, degeneração e neuronofagia e região perivascular: congestão, células inflamatórias, edema e hemorragia. Embora maior positividade no gênero Alouatta sp. observou-se maior número de lesões nas amostras de Callithrix sp. na meninge (congestão p<0,05, edema perivascular e hemorragia p<0,0001). Analisamos o perfil de marcações das citocinas TNF-α, IFN-γ, IL-1β, IFN-β, IL-12 (perfil Th 1), IL-4, IL-10, IL-13, TGF-β (perfil Th2) e Caspase 3 (apoptose) havendo forte significância com p<0,0001 para as citocinas quando analisadas em conjunto levando em conta o SNC como um todo e em todos os casos o parênquima foi a região que apresentou o maior número de marcações. Quando comparamos as marcações na meninge x parênquima e parênquima x perivascular tivemos forte significância para as duas espécies, no entanto não houve diferença estatística entre o número de marcações entre meninge x perivascular para as citocinas nas duas espécies de PNH. Embora a resposta imunológica de perfil Th1 e Th2 atuem em conjunto, também são antagônicas, haja vista que o IFN-γ modula negativamente a resposta Th2 e a expressão de IL-4 e a IL-10 modulam negativamente a resposta Th1, podemos perceber em nosso estudo que a uma maior expressão de IL-4 e IL-10 em detrimento de IFN-γ, tendo assim uma modulação de resposta para o perfil Th2 o que parece ser característico entre flavivírus. Mais estudos de IHQ utilizando marcadores celulares é necessário para saber quais células são mais evidentes no desenvolvimento da resposta imunológica, bem como estudo de outras espécies que podem estar sendo infectadas pelo YFV, permitindo assim o entendimento do real impacto da infecção viral no SNC. |