Análise do perfil epidemiológico da febre Tifoide no estado do Pará entre os anos de 1999 a 2018

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Carvalho, Danielle Vieira Pina de
Orientador(a): Rocha, Daniela Cristiane da Cruz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/6746
Resumo: A febre tifoide é uma doença de notificação compulsória, causada pela Salmonella Typhi, manifestada por quadro de febre prolongada acompanhada de distúrbios gastrointestinais, que podem evoluir com complicações podendo levar ao óbito. O objetivo do trabalho foi descrever o perfil epidemiológico da febre tifoide a partir de casos clínicos atendidos no Instituto Evandro Chagas entre o período de 1999 a 2018 no Estado do Pará. Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, quantitativo e analítico, com a utilização de dados obtidos através das fichas clínico-epidemiológicas de pacientes confirmados com febre tifoide atendidos por demanda espontânea e surtos no IEC. As informações obtidas foram inseridas em um banco de dados no Microsoft Excel 2016. Posteriormente foi realizada análise estatística programa SPSS v.26. Quanto aos resultados, foram descritas no estudo as variáveis clínicas e epidemiológicas de 683 casos notificados pelo IEC, sendo estes diagnosticados pelos métodos de hemocultura, coprocultura e PCR. Foi evidenciado que a maioria dos indivíduos eram predominantemente do sexo masculino (65,3%), apresentando baixa escolaridade (43,9%), sendo a maioria estudantes (38,5%) e a faixa etária de maior prevalência foi de 20 a 59 anos (58,1%). Foram identificados 43 municípios, sendo que Belém foi o que mais concentrou casos positivos com 37,2% seguido de Ananindeua com 17,9%. Sobre as variáveis de exposição, os mais afetados foram os residentes da zona urbana (81,4%) com edificações de alvenaria (21,8%), fossa biológica (28,3%), terreno seco (22,2%), coleta de lixo (35,1%) e abastecimento de sistema público de água (23,9%). Quanto a provável fonte de infecção identificou-se o consumo de açaí (21%) e a ingestão de alimentos suspeitos não especificados (20%). Os sintomas mais frequentes foi febre (96,6%), cefaleia (74,2%), diarreia (50,4%), calafrios (47,3%), dor abdominal (46%), náuseas (37,8%), vômito (36,5%), mialgia (28,7%) e astenia (29%). Quanto ao método diagnóstico a hemocultura e a coprocultura foram os mais utilizados com um total de 50,8% e 38,0%, respectivamente. Já a PCR foi realizada em 16,5% dos pacientes desde sua implementação como método diagnóstico a partir de 2013 no Laboratório de Enteroinfecções Bacterianas do Instituto Evandro Chagas. Durante o período de estudo, o maior número de casos da doença, ocorreram nos anos de 1999, 2001, 2004, 2014 e 2015 devido à ocorrência de surtos nestes anos, sendo que os meses de junho a novembro (59,3%) registraram maior prevalência da febre tifoide. Nesta perspectiva, com o propósito de produzir informações que contribuam para uma maior aproximação do real conhecimento da febre tifoide, este estudo tem como objetivo analisar o perfil epidemiológico da febre tifoide a partir de casos clínicos atendidos no Instituto Evandro Chagas (IEC/SVS/MS) entre o período de 1999 a 2018 no Estado do Pará, e discutir possíveis implicações de ações em saúde para que a vigilância possa atuar no controle e prevenção da doença no Estado.