Práticas de má conduta na comunicação científica e o fluxo editorial: um estudo com editores de revistas científicas SciELO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Damasio, Edilson lattes
Orientador(a): Leta, Jacqueline lattes
Banca de defesa: Oliveira, Eloísa Príncipe de lattes, Vasconcelos, Sonia Maria Ramos de lattes, Gouveia, Fabio Castro lattes, Pessanha, Charles Freitas
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia/Universidade Federal do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
Departamento: Escola de Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://ridi.ibict.br/handle/123456789/946
Resumo: Mudanças no forma de comunicação entre os cientistas ocorreram ao longo dos últimos séculos, mas a publicação em periódicos especializados, já no século XX, tornou-se o formato padrão e central da ciência. Em paralelo ao aumento exponencial da produção em periódicos, observou-se também um aumento no número de casos de má conduta, o que levou a uma série de iniciativas mundiais para auxiliar a elaboração de politicas e a formação de especialistas no tema, também tratado de Integridade em Pesquisa. A despeito da literatura crescente neste tema, ainda há poucos estudos sobre a responsabilização dos diferentes atores, a saber, autores, revisores e editores, em casos de má conduta. Considerando a relevância do tema e a escassez de literatura específica, este estudo parte da seguinte questão: como os editores de revistas científicas, brasileiras e de outros países da América Latina, percebem as diferentes práticas de má conduta no processo editorial? Outras questões mais específicas também direcionaram o estudo: Em que momento do fluxo editorial são identificadas as más condutas? Quais os procedimentos das revistas? As revistas têm políticas editoriais específicas para lidar com a prevenção e detecção de más condutas? Como definem plágio e outras más condutas? Qual a familiaridade dos editores com práticas de má conduta? Qual a responsabilização de autores, revisores e editores? Para responder estas questões, o estudo, de natureza quanti-qualitativa, focou na população de editores de revistas científicas das maiores coleções da Plataforma SciELO, ou seja, Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Cuba e México. Um questionário online foi enviado para os 858 editores-chefes, dos quais 209 retornaram. A análise das respostas utilizou tratamento estatístico para descrever as variáveis extraídas das questões fechadas e também análise de conteúdo, segundo Bardin, das questões abertas. Um primeiro conjunto de resultados mostra que 80% dos editores brasileiros e latino americanos indicam que as más condutas raramente ou nunca ocorreram em suas revistas; o momento mais frequente de identificação das más condutas é na análise dos pareceristas e os procedimentos mais frequentes é de rejeitar o artigo. Também identificou-se que a maior parte das revistas participantes do estudo têm políticas específicas de prevenção, mas 36,6% das revistas brasileiras e 24,7% das latino americanas indicaram que não as possuem. Sobre a familiaridade com algumas práticas, o editores brasileiros e latino americanos são mais familiarizados com envio simultâneo de trabalhos, conflitos de interesse e plágio. Sobre o conhecimento sobre plágio, autoplágio e redundância, identificou-se que a maior parte dos editores apresenta a definição uma clássica para estas práticas, ou seja, demonstram conhecimento sobre um conceito do senso comum. Por fim, sobre as responsabilidades nas ocorrências de fabricação, falsificação e plágio, a maior parte dos editores aponta que os autores são totalmente responsáveis, enquanto outros, especialmente os editores latino-americanos, delegam aos revisores esta responsabilidade. O trabalho, que não é exaustivo, teve o objetivo de primeiramente adentrar em temática ainda não explorada e buscar uma melhor compreensão sobre a relação entre questões éticas da comunicação cientifica, o fluxo editorial e os editores, cujas informações, espera-se, possam servir de referência para pesquisas e estudos futuros.