A disputa de narrativas no sistema capitalista: a ciência, as corporações e o sofrimento animal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Amaral, Érica Quadros do lattes
Orientador(a): Issberner, Liz Rejane lattes
Banca de defesa: Schneider, Marco André Feldman lattes, Oliveira, Fábio Alves Gomes de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação - PPGCI IBICT-UFRJ
Departamento: Escola de Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://ridi.ibict.br/handle/123456789/1305
Resumo: Esta dissertação tem o propósito de discutir no contexto informacional temas relevantes para a produção do conhecimento no campo da ética animal, ampliando o círculo de consideração moral e viabilizando a inserção de animais não-humanos neste conjunto de condutas de apreciação do outro. Além do diálogo sobre a instrumentalização de animais não-humanos conduzido sob uma perspectiva filosófica, foram abordadas questões de âmbito jurídico com o propósito de propor o debate sobre as leis de proteção animal existentes no Brasil e em países nos quais a questão da proteção animal encontra-se mais desenvolvida. As discussões adotam a perspectiva de autores que são referência no tema, como Peter Singer e Tom Regan: de que animais não-humanos são seres dotados de senciência. A ética animal envolve militâncias animalistas e pesquisadores tendo por propósito a denúncia do especismo e do antropocentrismo como grandes comprometedores da vida animal em nosso planeta. Um aspecto muito importante do trabalho foram as disputas de narrativas travadas no âmbito do capitalismo; que monetiza informação, conhecimento e ideologias, bem como o lobby das indústrias que exploram o sofrimento animal. Para manterem o seu status quo, tais indústrias adotam táticas diversas, inclusive de desinformação, onde até mesmo a Ciência é apropriada como recurso promocional de seus produtos. Neste cenário, animais não-humanos são instrumentalizados a despeito de seu sofrimento. A presente dissertação aborda os recursos aos quais recorrem os cidadãos, como estratégia para superar a desinformação, que produz confusão e assim, sustenta mitos para estimular o consumo e justificar a exploração de animais. Seguindo a lógica da caixa-preta de Bruno Latour, mostramos como paradigmas científicos podem ser questionados e reelaborados para que a Ciência esteja sempre em movimento, e não seja assim encarada como um dogma religioso ou uma verdade absoluta, mas sim uma ferramenta informacional para a sociedade.