Terras de santo, terras de herdeiro e terras de preto: territorialidade negra e arqueologia nas comunidades quilombolas de Araçatiba, Jacarandá e Mucambo (ES)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Vertelo, Marcos Aurélio dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Vale do São Francisco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://deposita.ibict.br/handle/deposita/583
Resumo: Esta pesquisa foi o desdobramento de um projeto realizado desde o ano de 2011, junto à comunidade quilombola de Araçatiba, Viana, no Espírito Santo. Ao longo das pesquisas, os documentos levantados e os trabalhos de campo apontaram para uma significativa presença da cultura material oriunda dos séculos XVIII, XIX e início do XX. No século XIX, Araçatiba chegou a ser considerada uma das maiores fazendas do litoral brasileiro. Esta propriedade se destacou como uma das maiores unidades escravistas em terras capixabas. Em seu território, entre o final do século XIX e início do século XX, desenvolveram-se três comunidades quilombolas. Nesse sentido, esta pesquisa pretendeu analisar, por meio dos dados históricos, arqueológicos e etnográficos o processo de formação das comunidades quilombolas de Araçatiba, Jacarandá e Mucambo. Esta análise foi norteada pela arqueologia histórica, em especial na temática da arqueologia da diáspora africana. Buscando compreender a relação entre os chamados espaços de autonomia escrava, com a formação de uma territorialidade negra local. Estas comunidades são originárias das chamadas “terras de uso comum”, como as terras de santo, terras de herdeiro e terras de preto. O aporte metodológico teve como base a prosopografia, a arqueologia da paisagem e a etnografia. A primeira fez-se necessária devido à escassez de documentos que apresentem a constituição e o cotidiano da vida das comunidades escravizadas neste território, entre os séculos XVIII e XIX. Já a segunda, teve por finalidade entender se é possível identificar na construção da paisagem social destas comunidades, uma relação com os espaços de autonomia escrava, elaborados entre cativos, libertos, livres e senhores, ainda dentro da rígida estrutura escravista. Por fim, a etnografia ajuda a compreender qual é a relação, na atualidade, dessas três comunidades quilombolas com paisagem e o patrimônio arqueológico constituído neste território, entre os séculos XVIII, XIX e início do século XX.