Erosão em uma microbacia em desertificação no médio curso do Rio Salitre, BA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Jesus, Djalma Santos de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://deposita.ibict.br/handle/deposita/529
Resumo: Este trabalho tem como objetivo avaliar a erosão laminar de uma microbacia (16 ha) em desertificação, buscando identificar as causas de sua degradação. A área de estudo está situada no médio curso do Rio Salitre, localizado em Campo Formoso, na Bahia. Para tanto, foram coletados dados de solo, topografia e uso e ocupação da área. A caracterização da topografia usou veículo aéreo não tripulado (VANT) com equipamento ótico de precisão. A Equação Universal de Perda de Solos (USLE) foi parametrizada e aplicada para o cálculo da erosão bruta, cujo valor, multiplicado pela razão de aporte de sedimentos (SDR), permitiu estimar a produção de sedimentos devido à erosão laminar. Esse valor foi comparado à taxa de formação de solos na região. Adicionalmente, foram calculadas as idades de 53 pedestais, microelevações que resistiram à erosão laminar devido à presença de raízes. Os resultados mostram que a produção anual média de solo na microbacia foi de 71 Mg ha- ¹, magnitude de três a cem vezes maior que a taxa de formação de solos no local. O limite de tolerância anual de perda de solo é de 1 Mg ha- ¹, valor setenta vezes menor que a produção de sedimentos na microbacia, uma robusta evidência que a área se encontra sob elevado estado de degradação, que continua a evoluir. Verifica-se que 80% da microbacia apresenta alto risco de vulnerabilidade à desertificação. Segundo a datação dos pedestais, dois momentos mostraram-se de grande relevância: o primeiro, quando 16% dos pedestais tiveram início, indica uma força motriz que impulsionou a erosão nos anos 1960. Entre os principais fatos que podem ter facilitado a erosão, está a construção de uma estrada vicinal na parte alta da microbacia. O segundo momento, quando teve início a formação de 80% dos pedestais, corresponde aos anos 1990, quando ocorreu o recrudescimento do cultivo intenso de Agave sisalana na região, que incluiu a produção nas encostas íngremes sem práticas conservativas. Entre esses dois momentos houve uma pausa nos anos 1980, quando praticamente nenhum pedestal se formou. Nesse período houve uma drástica redução no cultivo de Agave sisalana na bacia. Isso nos leva a apontar a construção da estrada vicinal e o cultivo de Agave sisalana nas encostas como os fatores mais prováveis que desencadearam a intensa degradação da área. Após 2010, houve uma considerável redução na geração de novos pedestais. A microbacia está em avançado processo de degradação por erosão hídrica, e a região deve ser reconhecida entre as que se encontram em desertificação.