Violência contra pessoas idosas em uma área metropolitana de Brasília, Paranoá - Distrito Federal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Faustino, Andréa Mathes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Brasília
Faculdade de Ciências da Saúde
Brasil
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://deposita.ibict.br/handle/deposita/404
Resumo: Fenômenos inerentes ao processo de envelhecimento, como a senescência e senilidade, podem influenciar a ocorrência de atos de violência contra idosos, associados às condições sociodemográficas, como sexo, escolaridade, renda, condições de moradia, rede de apoio e proteção, além da capacidade funcional e cognitiva. O objetivo geral foi caracterizar os idosos quanto aos aspectos sociodemográficos, condições de saúde, informações pessoais e a sua relação com as naturezas de violência psicológica, física, financeira, abandono, negligência, autonegligência e sexual e os objetivos específicos foram analisar a prevalência de casos de violência, segundo as situações de violência, identificar a relação entre a capacidade funcional e cognitiva do idoso e a presença de violência e caracterizar o tipo de agressor e a frequência dos atos de violência sofrida pelos idosos. Trata-se de estudo de base populacional, de caráter descritivo onde foram aplicados instrumentos para avaliar as situações de violência e a relação entre dados sociodemográficos, capacidade funcional e cognitiva. A coleta de dados foi realizada em unidade de saúde no Paranoá, Distrito Federal, onde foram realizadas entrevistas face-a-face, tendo o idoso como o interlocutor das situações de violência. Foram utilizados instrumentos de avaliação da violência, capacidade funcional de Katz e Lawton, e o mini-exame do estado mental. A amostra foi composta por 237 idosos, com idade entre 60 a 93 anos (média 70,25; DP 6,94), maioria do sexo feminino (69,9%), brancos (48,1%), casados (38%), analfabetos (44,3%), católicos (62%), de baixa renda (46%) e que residiam com pelo menos um familiar (89%). Quanto a prevalência 64,97% dos idosos relatou ter sofrido pelo menos um tipo de violência após ter completado 60 anos. Na relação entre as variáveis, foi observado que os tipos de violência psicológica, agressão física, abandono, autonegligência e abuso financeiro foram as que obtiveram níveis de significância estatística de p < 0,05, sendo significativa a associação entre a ocorrência de maus-tratos e a variável sociodemográfica como o sexo, possuir filhos, usar álcool. Ser dependente em atividades básicas de autocuidado e sofrer violência física foram estatisticamente significativos (p=0,02). Já na relação entre avaliação cognitiva e violência, não houve relação estatística significante, contudo, as maiores frequências de casos de violência foram identificadas nos grupos de idosos com menor escolaridade e pior desempenho no teste mental. Quanto ao tipo de agressor, os filhos, seguidos dos cônjuges foram os mais citados como agentes de violência. O abandono foi o tipo de violência em que o idoso relatou maior frequência de vezes sofrida. Os resultados mostraram que variáveis sociodemográficas e de avaliação da capacidade funcional e cognitiva estão relacionadas com as situações de violência e que o agressor é um membro da família. Pesquisas epidemiológicas, como o presente estudo, podem ajudar a aumentar a conscientização tanto de profissionais quanto da sociedade, sobre as características de casos de maus-tratos entre idosos, que não são relatados, além de fornecer e demostrar a causalidade dos fatores de risco, o que pode favorecer a elaboração de metas mais precisas e viáveis, para a intervenção e prevenção da violência entre pessoas idosas.