Narrativa audiovisual e performatividades de gênero: um estudo sobre a série Anne com E, da Netflix

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Barbosa, Yasmine Feital Calçado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Brasil
Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://deposita.ibict.br/handle/deposita/383
Resumo: Esta pesquisa analisou a maneira com que a narrativa audiovisual da série Anne com E articula performatividades de gênero. Para tal, nos baseamos na teoria do gênero como performativo de Judith Butler (2021), reforçando os aspectos linguísticos e do binarismo que compõem a discussão, e propondo um olhar comunicacional sobre o gênero. Tais elementos se mostraram fundantes na construção da série. Também nos dedicamos aos estudos do gênero, da mídia e da cultura audiovisual (TRYON, 2015; SARMENTO, 2018; FAGUNDES; ANEAS, 2021) com o propósito de compreender suas articulações históricas e suas reconfigurações contemporâneas. Nossa metodologia está ancorada na análise fílmica feminista (DE LAURETIS, 1987; GOMES BARBOSA, 2017; GOMES BARBOSA; MENDONÇA, 2021) e na análise da materialidade audiovisual (COUTINHO, 2018; LEMOS, 2021). Juntos, estes procedimentos metodológicos nos permitiram observar os aspectos formais da narrativa e como os mesmos se encadeiam à perspectiva performativa de construção do gênero. Nesta pesquisa, destacamos o interesse deste universo em incorporar, a partir da matriz de inteligibilidade de gênero, referências emancipatórias e da coletividade, ao mesmo tempo em que se interessa narrar um feminismo individual que sacraliza a capacidade reprodutiva de mulheres cisgêneras. Evidenciamos que, a partir de Anne com E, há uma aposta audiovisual em captar as performatividades de gênero em suas ambivalências, construindo-as a partir das limitações linguísticas e dos campos normativos de poder, como o pensamento tradicional binário. Identificamos seis principais articulações de performatividades de gênero na série, sendo elas direcionadas às discussões sobre beleza, relações afetivas, aspectos interseccionais, narrativas de formação, feminismo e emancipação e protagonismo político. Também evidenciamos, nesta dissertação, como a centralidade do consumo que rege as políticas da Netflix podem impactar na articulação destas performatividades de gênero.