Resumo: |
A nanotecnologia é uma área em franca expansão, mas apesar da crescente produção mundial de nanocompostos pouco se sabe sobre os mecanismos de interação com os sistemas biológicos. Atualmente, o fulereno C60, é um nanomaterial muito utilizado na indústria, sendo, produzido em escala industrial. Neste trabalho analisamos os efeitos que esse composto, em diferentes tamanhos de partícula, pode exercer em cérebro de ratos Wistar machos, em relação a parâmetros comportamentais, níveis de BDNF e estresse oxidativo no hipocampo. Os animais tratados com o Fulereno no maior tamanho de partícula (0.45µm) demonstraram prejuízo em relação ao aprendizado e, conseqüentemente, na memória espacial na tarefa comportamental Labirinto Aquático de Morris (LAM), o que pode estar relacionado à diminuição significativa dos níveis da neurotrofina BDNF no hipocampo destes animais. Este mesmo tamanho de partícula pareceu ter uma ação antioxidante per se, uma vez que, a concentração de espécies ativas de oxigênio (EAO) foi diminuída, capacidade antioxidante total foi aumentada e não houve dano lipídico, porém, um parâmetro de sistema antioxidante endógeno (GCL e GSH) não foi alterado. Portanto, a partícula de maior tamanho parece ter agido como uma esponja de radicais. O menor tamanho de partícula (0.20µm) analisado pareceu não ter prejudicado o aprendizado e a memória espacial no LAM, sendo os níveis de BDNF sem diferença significativa em relação ao grupo controle; também não apresentou ação antioxidante tão evidente como o Fulereno 0,45µm, salvo, a capacidade antioxidante total, que teve uma diferença significativa, assemelhando-se com o tratamento de maior tamanho. Portanto, como nosso experimento, pode-se observar que o Fulereno é um composto muito peculiar, uma vez que, a mesma substância em diferentes tamanhos de partícula possui efeitos distintos em cérebro de ratos expostos a esse nanocomposto. |
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