Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Chagas, Guilherme Botelho |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.furg.br/handle/1/8367
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Resumo: |
Esta dissertação aborda o tema das políticas sociais, por meio da discussão e problematização acerca das estratégias de governamento presentes no projeto social Acreditar é Investir, desenvolvido no âmbito do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente - CAIC. Utilizo como sustentação os estudos desenvolvidos por Michel Foucault e Alfredo Veiga-Neto e alguns conceitos-ferramenta como governamento, biopoder e biopolítica. Realizo uma volta ao passado para compreender o presente, analisando algumas políticas públicas que tornaram possível o surgimento do referido projeto, assim como as modificações ocorridas no mesmo até os dias de hoje. Com o objetivo de compreender os efeitos deste projeto e as estratégias efetivadas pelo mesmo na vida dos estudantes jovens realizei entrevistas semiestruturadas com os funcionários e ex-funcionários que acompanharam o referido projeto e redes de narrações com os adolescentes que participaram e participam do mesmo na condição de bolsistas ou aprendizes. A partir das análises, foi possível organizar quatro seções que discutem efeitos do projeto. Na primeira, Práticas de in/exclusão por meio da concorrência, analiso as práticas de in/exclusão e concorrência presentes não só na seleção, mas no decorrer do desenvolvimento do projeto analisado, pois a concorrência consigo mesmo e com os outros é constantemente convocada pelo mesmo. Na segunda seção, intitulada Estratégia biopolítica de gerenciamento do risco social: práticas de contraconduta, compreendo que o projeto atua dentro de uma estratégia biopolítica para gerenciar riscos futuros e que algumas contracondutas são percebidas dentro do mesmo. Percebeu-se que o projeto busca evitar determinados modos de vida, que possam ser supostamente prejudiciais à sociedade, colocando alguns comportamentos como sendo considerados mais adequados do que outros. No entanto, os sujeitos demonstram quando estão descontentes ao serem governados desta forma, buscando outras formas de vida e outras possibilidades por meio das contracondutas. Na terceira seção, Práticas discursivas salvacionistas: quem é o Messias na Contemporaneidade?, analiso, a partir do poder pastoral, algumas práticas que rondam o projeto e que se reconfiguram na Contemporaneidade. Por mais que o projeto se utilize de algumas técnicas desta forma de poder, foi possível perceber que existem algumas reconfigurações, que tornam este poder ainda mais insidioso e produtivo para o funcionamento do projeto analisado. Na quarta seção, Alargamento das funções da escola: as brumas do neoliberalismo, discuto acerca dos alargamentos da escola produzidos a partir da racionalidade neoliberal e suas estratégias. Tais estratégias visam um sujeito que seja capaz e desenvolva o desejo de entrar, permanecer e, caso saia, queira voltar para o jogo econômico, se tornando cada vez mais competitivo com os outros e consigo mesmo. Dessa forma, foi possível compreender o projeto Acreditar é Investir como estratégia biopolítica de gerenciamento dos riscos futuros, que age individualmente sobre as condutas dos sujeitos jovens a fim de gerenciar o risco social que os mesmos poderão produzir à população. Por meio de tais estratégias o projeto desenvolve ações de in/exclusão que alargam as funções da escola e visam a produção de sujeitos flexíveis e que possam concorrer no jogo econômico do neoliberalismo. |