Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Eduardo Sganzerla |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.furg.br/handle/1/9644
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Resumo: |
A zona costeira concentra grande parte da população brasileira. As plataformas continentais são responsáveis por cerca de 1 terço da produção de matéria orgânica dos oceanos. Apesar de sua importância o litoral brasileiro possui contrastes regionais. Há áreas muito bem estudadas e com extenso registro na literatura e outras com escassez de dados. Do ponto de vista geoquímico a plataforma continental adjacente a foz do rio Jequitinhonha é uma região pouquíssimo estudada. Dados sobre biomarcadores são inexistentes na literatura regional. Neste trabalho foram realizados estudos pioneiros sobre a matéria orgânica e o sedimento da região a fim de caracterizar possíveis fontes, taxas de sedimentação, presença de influência antrópica e variações quantitativas e qualitativas ao longo do tempo. Para isso foram realizadas análises de biomarcadores por GC-MS dos hidrocarbonetos alifáticos, dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e dos esteroides; análise de isótopos estáveis de carbono e nitrogênio, teores de carbono e nitrogênio e datação por Pb210. Um testemunho sedimentar de 34cm foi coletado próximo a foz do rio Jequitinhonha em proveito de um cruzeiro oceanográfico realizado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em parceria com a Universidade de Heidelberg da Alemanha no projeto SAMBA (South American Hydrological Balance and Paleoceanography during the Late Pleistocene and Holocene). Quanto a granulometria, houve o predomínio de sedimentos finos, sendo 69,56 (±) 8,02% composto pela fração argila e 30,41 (±) 8,06% pela fração silte. A datação do testemunho registrou um range de 125,9 anos da base ao topo do testemunho, indo de 1890 na base até 2016, ano da coleta, no topo. Através da datação foi possível estimar valores de 0,27 cm/ano para a taxa de sedimentação. Os teores de carbono orgânico e total de nitrogênio orgânico tiveram médias de 1,79 (±) 0,08 e 0,20 (±) 0,01 % respectivamente. Através da combinação dos valores de TOC, nitrogênio com as razões isotópicas dos respectivos elementos foi possível observar que a matéria orgânica da região é composta de um mix de contribuições marinhas e terrígenas. Estes últimos provavelmente carreados pelo rio Jequitinhonha. Quanto aos biomarcadores, a concentração média do total de esteroides foi de 2,92 ±1,53 μg/g, com β-sitostanol, β-sitosterol, dinosterol, e colesterol compondo cerca de 70% do total de esteroides. Os HPAs totais tiveram concentração média de 95,61 ± 43,22 ng/g, sendo que o perileno, um HPA natural, representou cerca de 95% do total. Foi observada correlação entre as variações verticais dos HPAs, esteroides e TOC. Além de apresentarem comportamento temporal semelhante, e se correlacionarem entre si, foi possível também correlacionar os mesmos com eventos de cheia do rio Jequitinhonha. Reforçando então a hipótese de que parte da matéria orgânica tem origem terrígena e é transportada pelo rio Jequitinhonha. Não foram encontrados registros de impacto antrópico significativo. Os esteroides indicativos de material de origem fecal e/ou contaminação por esgoto, coprostanol e epi-coprostanol foram detectados, mas em níveis muito baixos. Nos hidrocarbonetos alifáticos foi observado a predominância de compostos com número ímpar de carbonos, associados a fontes terrígenas. Os resultados deste trabalho podem servir como resultados basais estabelecendo o background para estudos futuros para uma região carente de dados e estudos, como a plataforma adjacente ao rio Jequitinhonha. |