Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Limberger, Guilherme Martins |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.furg.br/handle/1/8178
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Resumo: |
Durante a história de vida dos organismos, diferentes vias metabólicas devem ser otimizadas para garantir a ocorrência exitosa de processos fisiológicos distintos, como a reprodução e o investimento somático (manutenção). Neste viés, as reservas energéticas do animal nem sempre são suficientes para sustentar estes dois processos em paralelo, fazendo com que ocorra o trade-off entre a reprodução e a sobrevivência/longevidade, ou seja, animais que investem em reprodução, como típico de fêmeas, dispõe de menos energia para investir em reparos, acelerando o envelhecimento e reduzindo o tempo de vida, como mostrado por alguns estudos. Este fenômeno também é conhecido como "custo da reprodução". Porém, distintos resultados vêm sendo encontrados ao relacionar estes aspectos, pois além da reprodução propriamente dita, o momento em que ela ocorre na história de vida também tem relação com a longevidade. Com o avanço da idade, a resposta das fêmeas de grilo ao chamado para a cópula emitido pelos machos é menor, podendo ser o resultado do envelhecimento de estruturas cruciais para a captação do som nestes insetos, o tímpano. Estudos acerca do envelhecimento morfológico deste órgão são inexistentes. Quando iniciada, a reprodução altera a taxa metabólica dos organismos pelo aumento da demanda energética, refletindo seus custos sobre o acúmulo de um pigmento derivado principalmente da oxidação de macromoléculas, denominado lipofuscina (LF). Neste estudo, grupos experimentais com fêmeas de Gryllus assimilis foram formados para determinar os efeitos da reprodução sobre a sobrevivência, ajustando-se o modelo de Gompertz e sobre o envelhecimento fisiológico, por meio da quantificação de neurolipofuscina (nLF), além do registro de danos morfológicos no tímpano causados ao longo do envelhecimento por meio de análise ultraestrutural em microscopia eletrônica de varredura (MEV). Para isto, um grupo foi privado de cópula, um grupo teve reprodução normal (como início aos 14 dias de vida) e outro, reprodução tardia (com início aos 30 dias de vida). Diferenças na longevidade máxima entre os grupos não foram observadas, porém em fêmeas virgens houve um atraso no início da queda exponencial da sobrevivência, enquanto em fêmeas de reprodução normal esta queda ocorreu mais cedo. Fêmeas de reprodução tardia ficaram em situação intermediária. Não foram encontradas diferenças significativas na taxa de acúmulo de nLF entre os grupos ao longo do tempo. Estes resultados podem ser explicados pela produção de ovos ocorrer em todas as condições reprodutivas, tendo custos semelhantes, refletidos no acúmulo de nLF, além de terem sido alimentadas ad libitum, mascarando maiores efeitos do trade-off entre reprodução/sobrevivência. No entanto, efeitos deletérios da cópula sobre a longevidade de fêmeas de G. assimilis não foram encontrados. Relativo ao envelhecimento morfológico do tímpano, cinco lesões foram descritas pela primeira vez: excrescência, perfuração, fungos, formação de placas e rachaduras, sendo as três primeiras significativas em relação ao tempo, possivelmente prejudicando o funcionamento do aparelho auditivo. Não houve diferenças nos danos encontrados entre os grupos experimentais, embora o aumento destes acentuou-se após o período reprodutivo (senescência). Portanto, a reprodução parece modular a história de vida das fêmeas de grilo e interferir na manutenção de estruturas importantes para este processo, como o tímpano. |