Os discursos de Olavo de Carvalho nas obras A Nova Era e a Revolução Cultural e O Jardim das Aflições: sentidos, diálogos, problemas-paradigmas, transformações, conceitos e performances (1994-2022)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Magalhães, Bernardo de Paula
Orientador(a): Mattos, Marco Aurélio Vannucchi Leme de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/35252
Resumo: A presente pesquisa teve como objeto central os discursos de Olavo de Carvalho nas obras A Nova Era e a Revolução Cultural e O Jardim das Aflições, bem como suas revisões e circulações posteriores. Os seguintes problemas foram formulados e respondidos: (i) quais os sentidos gerais da produção discursiva de Olavo de Carvalho em seu contexto histórico e linguístico?; (ii) quais eram os diálogos intelectuais travados nesses discursos?; (iii) como os discursos respondiam aos problemas, paradigmas e controvérsias do seu contexto?; (iv) quais eram os conceitos, termos e/ou palavras que estruturavam os discursos analisados e quais eram seus significados? (v) quais transformações de significados podem ser observadas no uso desses conceitos ao longo do tempo? (vi) por meio de quais performances linguísticas eram expressados os discursos? O recorte temporal escolhido foi de 1994, ano da publicação do primeiro livro objeto deste trabalho, até 2022, ano da morte de Olavo de Carvalho. A dissertação está estruturada em quatro capítulos. O primeiro capítulo trata de dados biográficos e contextuais de Olavo de Carvalho anteriores a 1994: seu envolvimento com a luta armada da esquerda brasileira durante o período do regime militar, com as seitas tradicionalistas durante os anos 1980, bem como descreve a queda do socialismo real e a ascensão do neoliberalismo como ideologia dominante a partir dos anos 1980. O segundo capítulo trata do livro A Nova Era e a Revolução Cultural, destacando o que seria o conceito de gramscismo cultural e/ou marxismo cultural e como esse argumento, antes centrado na figura de Gramsci, foi complementado com a chegada da Escola de Frankfurt, da esquerda francesa de Derrida, Foucault e Deleuze, da esquerda liberal americana e do politicamente correto. O terceiro capítulo trata do livro O Jardim das Aflições, descrevendo a crítica olavista à modernidade, à ciência e ao materialismo do capitalismo, bem como destacando como esse argumento seria reformado a partir de uma revisão acerca do lugar dos EUA na história. No quarto capitulo, a dissertação responde às perguntas feitas em seu início, defendendo a hipótese central de que Olavo de Carvalho fez largo uso de um certo conjunto de termos, quais sejam: Cultural, Intelectual, Estado, Deus, Família, Tradição, Hierarquia, Educação, História, Liberalismo, Foro de S. Paulo, sendo que esse uso pretendia afastar a discussão ideológica do campo da política ordinária (modelo econômico, sistemas de justiça, impostos, etc.) levando-a para discussões em torno de perspectivas essenciais do ser, como religião, nação, cultura, etc, de modo que qualquer conflito político só poderia ser entendido como uma guerra entre formas de mundo. Ressalta-se que a descrição e análise foram elaboradas a partir da vida intelectual de Olavo de Carvalho em seu contexto linguístico, ou seja, uma produção marcada pela radical oposição ao pacto constitucional da Sexta República Brasileira, aos governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff, aos intelectuais da esquerda e em favor das guerras culturais contra o politicamente correto, as minorias políticas e os direitos humanos. Com isso, esta dissertação espera contribuir com os crescentes estudos acerca das direitas no Brasil em tema específico, qual seja, os sentidos e transformações do discurso de um de seus líderes e ideólogos, Olavo de Carvalho.