Quando muito não é o bastante: um estudo sobre as relações de compradores compulsivos com seus objetos de consumo, sob a ótica da posse e da propriedade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Guimarães, Rafael Moreira
Orientador(a): Andrade, Eduardo Bittencourt
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10438/17787
Resumo: A compra compulsiva – doravante chamada de oniomania – é parte de uma categoria mais ampla de comportamentos de consumo compulsivos, e seria baseada por uma compra repetitiva, crônica, que se torna a primeira resposta a eventos ou sentimentos negativos (O'Guinn & Faber, 1989). Dada a prevalência estimada na população em geral, potencialmente projetada em até 16% da população adulta, e as severas consequências negativas oriundas de tal patologia, esta tese se propôs a investigar de forma mais precisa as relações entre tais compradores compulsivos e seus objetos de consumo, notadamente as preferências declaradas por tais indivíduos quanto à preferência pela posse, de natureza temporária, ou propriedade definitiva de produtos, traduzidas por meio de situações hipotéticas e experimentais de aluguel e compra, respectivamente, lacuna ainda inexplorada na literatura inerente à oniomania. Considerando esta mesma literatura sobre o comprar compulsivo, em que premissas teóricas constroem uma narrativa baseada na aquisição / compra de produtos (Faber, O’Guinn & Krych, 1987; Glatt & Cook, 1987; Valence, d'Astous & Fortier, 1988; Krueger, 1988; O’Guinn & Faber, 1989; d'Astous, Maltais & Roberge, 1990; Christenson, Faber, de Zwaan, Raymond, Specker & Eckern, 1994; McElroy, Keck Jr, Pope Jr, Smith & Strakowski, 1994; Faber & Christenson, 1996; Black, 2001; 2007; Dittmar, 2005; Koran, Faber, Aboujaoude, Large & Serpe, 2006; Saraneva & Saaksjarvi, 2008; Tavares, Lobo, Fuentes, & Black, 2008; Kukar-Kinney, Ridgway & Monroe, 2009; Trautmann-Attmann & Johnson, 2009; Workman & Paper, 2010; Bonfanti, 2010; Leite, 2011; Kukar-Kinney, Ridgway e Monroe, 2012; Leite, Rangé, Junior & Fernandez, 2012), a investigação experimental proposta baseou-se na ideia de que indivíduos acometidos por tal patologia seriam menos propensos ao aluguel de produtos, hipótese confirmada em todos os testes, sem considerar dadas manipulações. O estudo mostrou também que o efeito da manipulação proposta, fundamentada na saliência da devolução de produtos, acabou por estimular compradores ditos compulsivos a alugarem produtos, contrariando expectativas iniciais, estas baseadas no suposto desconforto que tais indivíduos teriam ao abrir mão de seus objetos de compulsão. Pelo aparente ineditismo, tais resultados foram considerados importantes achados para a literatura e, portanto, foram explicados não somente à luz dos experimentos propostos, como também a partir da etapa qualitativa, de cunho exploratório e interpretativo.