Transição energética na indústria de óleo e gás e o papel da acumulação de capacidades tecnológicas: evidências da Petrobras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Barreto, Lilian Melo
Orientador(a): Andreassi, Tales
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/36652
Resumo: Esta tese insere-se no campo da inovação e gestão de operações e trata da relação entre trajetórias de acumulação de capacidades tecnológicas inovadoras, processos de aprendizagem tecnológica e suas implicações na transição energética. E tem como contribuição examinar, ao nível de empresa e no contexto de indústrias do setor de óleo e gás em economias emergentes, o papel que pode desempenhar a acumulação de capacidades tecnológicas em E&P para transição energética, e gerar novas evidências para o avanço às limitações das literaturas apresentadas. Esta pesquisa adotou um desenho qualitativo e dedutivo, através da coleta de evidências primárias com base em extensivos trabalhos de campo, adquiridas através de um estudo de caso único, em profundidade na Petrobras, realizado no período entre 2000 e 2024 no âmbito de duas áreas tecnológicas da empresa: exploração e produção de petróleo e gás (E&P) e captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS). Por meio da implementação dessa estratégia, a pesquisa encontrou: (1) Trajetórias de acumulação de capacidades tecnológicas equivalentes das duas áreas, objeto de um processo contínuo e incremental de escalada de nível de inovação tecnológica, baseado em P&D interno e uma consolidada e diversificada rede de colaboração. (2) Saltos tecnológicos orientados pela consonância entre três variáveis: a existência de uma demanda específica; capacidade tecnológica sustentadora e direcionador estratégico coordenado de esforço físico e financeiro; (3) Níveis distintos de capacidades tecnológicas das duas áreas, o E&P na liderança mundial em inovação tecnológica em águas ultra profundas e a área de CCUS com nível de inovação avançada, mas que ainda não ultrapassou a fronteira internacional da inovação nesta área. (4) Novos desenvolvimentos tecnológicos, como o CCUS, consequentes do desempenho inovativo da área de E&P; (5) Estratégias coorporativas como agente determinante para o nível de capacidade tecnológica e desempenho inovativo alcançados, impactando na intensidade, na celeridade e na sustentação de longo prazo desta capacidade; (6) Políticas públicas como grandes fomentadoras do desenvolvimento tecnológico e industrial do setor. Conclui-se, portanto, que a Petrobras trilhou uma trajetória consistente de acumulação de capacidade tecnológica em E&P, tendo alcançado um elevado desempenho inovativo que a impulsionou tanto à liderança tecnológica em iniciativas globais de CCUS, como a explorar novas oportunidades de negócio de descarbonização da indústria ou, ainda, no desenvolvimento tecnológico de novas energias. Tais achados sustentam seu posicionamento estratégico de tornar-se uma empresa diversificada e integrada de energia, com potencial de desempenhar a liderança da transição energética do Brasil. Porém, a pesquisa conclui que a transição energética é um esforço coletivo, que precisa ser orquestrada e viabilizada pelo Estado, quem ditará o ritmo e o esforço a ser investido. À Petrobras, cabe ser o agente catalizador, quem pode impulsionar e fomentar o ecossistema tecnológico e industrial dela.