Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Machado, Ivana Diniz |
Orientador(a): |
Valadão, Marcos Aurélio Pereira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/10438/35166
|
Resumo: |
É possível que, em plena era digital, o governo democraticamente eleito de um país que dispõe de um Congresso e de um Poder Judiciário estabelecidos de acordo com a Constituição Nacional possa ignorar, negar, ocultar e apagar informações públicas sobre a saúde de sua população? A pandemia de Covid 19 provou que sim: a Administração Pública pode afrontar os princípios constitucionais da publicidade e transparência sem que praticamente nenhum ônus lhe seja oficialmente cobrado. O presente texto comprova tais afirmações a partir de fatos ocorridos entre 2020 e 2022 no Brasil, quando o Poder Executivo central agiu intencionalmente dessa maneira em relação a uma doença que matou milhares de brasileiros, a despeito de reações contrárias por parte dos Poderes Legislativo e Judiciário. Naquele momento, enquanto os Poderes mediam forças, a “solução” imediata encontrada pela sociedadediante do dilema do apagão oficial de dados foi a formação de um consórcio de veículos de imprensa, que passou a contabilizar e a divulgar diariamente o avanço de contaminações, óbitos e, mais adiante, de vacinações em todo o país. A reação da imprensa, no entanto, só foi possível por tratar-se o Brasil de uma federação, onde os diversos estados e municípios mantêm certas autonomias administrativas, mas interagem, por exemplo, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e podem ter iniciativas isoladas de vacinação (como ocorreu por parte do então governador de São Paulo, João Dória) e realizar levantamento de dados. Mas nem de longe o consórcio de imprensa, que se valeu das informações capitalizadas produzidas pelosestados e municípios, pode ser considerado a solução ideal para tão grave questão. Ainda que chamada de “o quarto Poder”, a imprensa não tem o condão de ocupar o lugar do Estado. Finda a fase aguda da doença, percebemos que, ficando resolvido na época o problema inicial da falta de informação em si, hoje pouco se fala sobre essa ferida aberta na responsabilidade do Poder Central e suas consequências. É, neste contexto, que o presente trabalho pretende dar alguma contribuição. |