Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Baroni, Alex Ribeiro Maia |
Orientador(a): |
Goia, Marisol Rodriguez |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/10438/31384
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Resumo: |
Objetivo – O objetivo dessa pesquisa é investigar as práticas “faça você mesmo” no campo de eletrônica e música à luz dos debates presentes na literatura especializada. Busca-se compreender as semelhanças e diferenças entre esse universo em relação a outros já debatidos em estudos de Marketing, Cultura e Consumo. São analisadas 3 dimensões principais: os perfis dos praticantes, suas motivações para praticar o Do It Yourself e os sentidos que atribuem a essas práticas. Assim, em primeiro lugar, contextualizam-se esses praticantes em termos socioculturais com vistas a entendê-los como um grupo singular. Em seguida abordam-se as motivações para essas práticas. E, por fim, analisam-se os sentidos que atribuem tanto às suas atividades artesanais quanto ao produto final obtido por meio delas. Metodologia – Realizou-se uma pesquisa-ação do tipo qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas. Devido às limitações de distanciamento social impostas pela pandemia da COVID-19, a coleta dos dados foi realizada por meio de videoconferência. Utilizou-se um roteiro para entrevistar 13 informantes brasileiros, que atuam em práticas de DIY associadas à música. Como complemento, utilizaram-se conteúdos de centenas de e-mails trocados entre o autor dessa pesquisa e interessados nas práticas de “faça você mesmo”. O tratamento dos dados foi feito utilizando-se a técnica de análise de conteúdo, onde as informações foram agrupadas em três pilares centrais: perfis, motivações e sentidos. Resultados – Na observação dos perfis de praticantes DIY, encontrou-se um universo essencialmente masculino, com grande presença de guitarristas. A esse respeito, destacam-se as influências, também masculinas, que moldaram uma possível predisposição dos entrevistados a atividades manuais e práticas de instrumentos. No tocante às motivações, a busca por economizar ao produzir, em vez de comprar algo pronto, foi uma retórica recorrente. Sob o aspecto dos sentidos de autenticidade, ficou evidenciada a busca que os músicos estabelecem por meio do “faça você mesmo” para conseguirem resultados singulares, seja no aspecto sonoro ou mesmo visual. No tocante ao sentido de empoderamento, a pesquisa evidenciou que os praticantes são tomados por sensações de orgulho ao concluírem as atividades makers dadas as dificuldades em dominar a tecnologia empregada. Por fim, esclareceu-se que essas práticas makers na área da música não estabelecem um movimento de embate para com o mainstream. Limitações – O advento da COVID-19 foi um limitador por inviabilizar o contato direto com os entrevistados, restringindo a possibilidade de se obterem percepções, observações e resultados mais ricos como os que se poderiam coletar em interações presenciais mediadas pela própria prática maker ou em grupos focais presenciais. Ademais, a pesquisa limitou-se a analisar o perfil, motivações e os sentidos de músicos que praticam o DIY, não tendo contemplado outros aspectos relacionados com esse tema, como por exemplo, as dificuldades e facilidades de se praticar essa modalidade de DIY em um país como o Brasil. Contribuições práticas – Os resultados mostram sua força para os empreendedores e aspirantes a empreendedores no mercado de DIY, que poderão utilizar-se das informações desta pesquisa como uma ferramenta no auxílio da compreensão de públicos-alvo, permitindo um aprimoramento da comunicação com potenciais clientes e a introdução de inovações nesses mercados especializados. Os dados também permitem àqueles empreendedores que já atuam no mainstream de música e equipamentos eletrônicos compreenderem em maior profundidade os anseios dos praticantes makers, e assim melhorar aspectos da sua linha de produção, visando entregas mais alinhadas com o desejo desses “prossumidores”. Contribuições sociais – Foi lançada luz sobre as particularidades do DIY, que constituem práticas em tendência de crescimento e com potencial de formação de novos mercados. Sob a prerrogativa de construírem seus próprios equipamentos e instrumentos musicais, muitos praticantes vêm atuando de forma a empreender nessa atividade, auferindo dela seu sustento. São mostrados alguns modos pelos quais os praticantes convertem práticas DIY em um trabalho remunerado, desde a atuação de YouTubers, passando por indivíduos que ensinam o “faça você mesmo”, até aqueles que vivem dele vendendo instrumentos e equipamentos eletrônicos artesanais e autorais. A pesquisa evidencia essa atividade como um trabalho e um meio de sustento, contribuindo socialmente no sentido de se reconhecer o DIY não apenas como um hobby restrito a grupos privilegiados, mas também como uma atividade laboral artesã em expansão e com potencial econômico. Originalidade – A pesquisa mostra sua originalidade no campo de Marketing, Cultura e Consumo ao aprofundar um universo pouco discutido na produção acadêmica. Embora o DIY venha recebendo atenção, não há tantos estudos sobre a área da eletrônica aplicada à música. Outro aspecto original se refere à perspectiva de onde o conhecimento aqui desenvolvido é produzido, já que o autor da presente pesquisa é também um participante ativo do ambiente que analisa, condição pouco explorada em tais estudos disponíveis. |