Higher education in Brazil: evaluating the impact of recent policies

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Conceição, Otavio Canozzi
Orientador(a): Souza, André Portela Fernandes de, Oliveira, Rodrigo Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/32186
Resumo: Esta tese é composta por dois ensaios sobre a educação superior no Brasil. O primeiro ensaio estuda os efeitos do programa Ciência Sem Fronteiras (CSF) na trajetória de vida de seus exbeneficiários em resultados relacionados ao mercado de trabalho formal, empreendedorismo e pós-graduação no Brasil. O CSF foi um programa federal de larga escala que financiou bolsas de estudo para mais de 90 mil alunos de graduação das áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) realizarem parte dos seus estudos no exterior e que foi previsto para durar quatro anos (2011-2014). Nossos resultados mostram que um dos objetivos centrais do programa, qual seja, promover o ingresso de jovens brasileiros na pós-graduação, não parece ter sido alcançado no curto prazo. Além disso, não encontramos evidências de que os ex-beneficiários tenham imediatemente se beneficiado de maior empregabilidade, salário e propensão ao empreendedorismo formais em decorrência da participação no programa. Os resultados sugerem ainda que os candidatos aprovados para o programa levaram mais tempo para se graduar do que os não aprovados, o que pode, em parte, explicar o resultado negativo com relação ao ingresso na pós-graduação. A fuga de cerébros (brain drain) também pode ser um mecanismo importante para explicar os resultados, mas não temos dados para testar essa hipótese. O segundo ensaio, por sua vez, estuda os efeitos da decisão de policy makers brasileiros de expandir a educação terciária através da construção de novos campi federais no país entre 2001 e 2019. Com isso, o número de microregiões com presença de campi federais passou de 25.9% em 2000 para 75.8% em 2019. Os resultados indicam que a chegada dos campi federais aumentou a taxa bruta de matrícula e graduação no ensino superior entre pessoas com idade entre 15 e 24 anos. Os achados mostram ainda que a instalação de campi federais oferecendo cursos superiores presenciais gratuitos não parece ter levado os residentes a aumentar o esforço para ingressar na universidade, considerando-se, entre outras variáveis, as notas médias do ENEM a nível das microregiões. Além disso, constatamos que a expansão federal pode ter reduzido matrículas em escolas estaduais no nível do ensino médio e em instituições privadas no nível de pós-graduação. Também aparentemente contribuiu para uma redução do número de beneficiários do PROUNI e do FIES nas microregiões que receberam os campi federais no período. Os resultados, por fim, também mostram que, caso existam, os impactos microregionais no mercado de trabalho formal, número de empresas formais abertas anualmente e depósitos de patentes podem levar mais de dez anos para se materializar.