Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Inacio, Emerson Paiva |
Orientador(a): |
Eid Júnior, William |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/10438/35595
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Resumo: |
O mercado acionário brasileiro constitui uma fonte importante de financiamento para as empresas, apesar de não mostrar crescimento na quantidade de empresas listadas. Observamos aumento nos volumes de captação no mercado, quando comparamos o triênio de 2004-2006 com o de 2019-2021. O número de emissões passou de uma média de 25 para 55 emissões por ano, e os valores captados cresceram de R$ 17 bilhões para R$ 112 bilhões por ano. Apesar desse crescimento, sob o ponto de vista dos investidores de varejo que basicamente participam do mercado secundário, observamos redução nos retornos médios, medidos nos primeiros 90 dias pós-emissão e ajustados pelo IBOVESPA, de 3,4% para 2% no período. Além disso, esses retornos apresentam grande dispersão. A diferença entre quartis é de 25%. As ações das empresas no 1º quartil obtêm retornos 11% abaixo do IBOVESPA, enquanto aquelas no 3º quartil apresentam retorno 13% superior, no período analisado. Assim, esta tese busca entender as variáveis ou condições que influenciam as chances de novas emissões no mercado de obterem um retorno positivo. Foram analisadas variáveis independentes associadas a: 1) sinalização da oferta, que incluem: tamanho da oferta, oferta primária ou subsequente, destinação dos recursos, perfil dos investidores, e nível de retenção dos atuais acionistas; 2) características das empresas emissoras, que incluem: setor da economia, tamanho da empresa e volatilidade da empresa; 3) performance financeira recente da emissora, que inclui: níveis de crescimento, rentabilidade, endividamento e investimento em ativos; 4) Momento de mercado, que inclui: presença ou não de Hot Market, Hot Year, performance do IBOVESPA e patamares da taxa de juros livre de risco. Para isso, foram coletadas informações das 457 emissões de ações de janeiro de 2004 até janeiro de 2022, relacionando o desempenho de 90 dias pósemissão, excluindo ruídos de mercado gerados por investidores oportunistas ou resultantes do processo de estabilização dos preços. Tais retornos foram medidos utilizando a variável dependente Buy and Hold, ajustada pelo IBOVESPA e pelo índice de Sharpe. Ambos os conjuntos foram analisados perante os quatro conjuntos de variáveis independentes. A partir de modelos estatísticos, que incluem regressão logística (modelo linear) e árvore de decisão (modelo não linear), podemos concluir que as variáveis associadas ao momento de mercado são as mais relevantes para explicar o diferencial de retorno superior ao benchmark das emissões no Brasil. Em particular, aquelas associadas à existência de um mercado aquecido (Hot Market), definido pelo período em que o volume de emissões de uma empresa específica é excessivamente alto, reduzindo para 23% as chances de obtenção de um retorno superior ao IBOVESPA. Portanto, investidores de varejo deveriam evitar escolher novas emissões das empresas que se aproveitam desses momentos, aumentando suas chances de obter uma performance superior ao benchmark de mercado. Outro fator, em menor escala, que parece afetar as chances de êxito está associado à diluição dos acionistas atuais, particularmente quando permanecem no controle pós-emissão, quando as chances de obter um retorno positivo se reduzem, em qualquer dos métodos utilizados. |