Liderança feminina: percepções, reflexões e desafios para a administração pública fluminense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Miltersteiner, Renata Kessler
Orientador(a): Oliveira, Fátima Bayma de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10438/27145
Resumo: Objetivo – Estudar a liderança feminina na Administração Pública do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro, suas percepções e futuros caminhos. Assunto recorrente no mercado de trabalho, a discriminação de mulheres em posições estratégicas está presente também no Estado do Rio de Janeiro. Mesmo que geralmente as mulheres possuam mais qualificação do que os homens, isto não se reflete nos salários e cargos ocupados por elas. As causas para essa limitação possuem raízes históricas, sociais e mesmo psicológicas. Nesse contexto, analisaremos tais desafios, tendo como base os conceitos de Labirinto de Liderança, que descrevem cinco barreiras enfrentadas pelas mulheres para o alcance de altos postos, e de “Abelha Rainha” (queenbee): a ideia de que as mulheres bem-sucedidas tendem tanto a esconder as próprias dificuldades para a ascensão quanto a impedir o sucesso de outras mulheres. Metodologia – A pesquisa teórica sobre o assunto fundamentou-se na literatura de administração e gestão empresarial. Foram realizadas duas fases de coleta de dados: a primeira, qualitativa, contou com entrevistas realizadas com 10 (dez) mulheres que ocupam ou ocuparam posições estratégicas (Subsecretárias) na Administração Pública do Estado do Rio de Janeiro. Na segunda fase, quantitativa, foi realizada uma coleta de dados por survey, entre gestoras da Secretaria de Estado de Fazenda e Planejamento (Assessoras, Superintendentes e Coordenadoras), de modo a se realizar uma triangulação com os dados coletados. Resultados – A análise das entrevistas revelou que, de modo geral, a mulher ainda sofre preconceito validado por códigos masculinos frente à sua ascensão na carreira e assunção de cargos importantes. Sobre o conceito de “abelha rainha”, muitas das entrevistadas relataram que sentiram a mesma desaprovação vinda de colegas do sexo feminino, principalmente quanto à forma de trabalhar (por exemplo, foram interpretadas como estressadas ao atuarem de modo assertivo). Ainda assim, apesar de todas as entrevistadas considerarem que existe preconceito contra mulheres, a maioria delas acredita que não sofreram preconceito direto, tendo crescido e alcançado os cargos desejados por mérito próprio. Limitações – O difícil acesso a dados e a pouca disponibilidade das gestoras para a realização das entrevistas foi uma das limitações enfrentadas durante a pesquisa. E ainda, há a limitação do método utilizado para investigou as líderes da Secretaria, trazendo as respostas da visão apenas das próprias gestoras, quando poderíamos investigar também a visão das lideradas. Nesse sentido, possuímos o olhar das gestoras, visto por elas mesmas. Aplicabilidade do trabalho – O estudo do tema é relevante, uma vez que busca responder quais fatores dificultam o acesso de mulheres a melhores cargos no mercado de trabalho, em especial, na Administração Pública. Contribuições para a sociedade – Sua contribuição se reflete na busca de ascensão profissional para mulheres, tanto individual como socialmente, ao retratar as causas e os caminhos para a redução do patriarcado condescendente e ainda predominante em nossa sociedade. Originalidade – Não foram encontrados estudos acerca da participação dos gêneros na estrutura do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro, segunda maior economia do país, com elevada densidade demográfica. Acredita-se que a realização de entrevistas, por ser um método de coleta de dados, permite ao pesquisador um contato direto com seu objeto de estudo, trazendo uma visão profunda e concreta do universo pesquisado. Aliado a isso, a realização de uma pesquisa quantitativa pode corroborar ou refutar os resultados trazidos, de modo que tenhamos uma análise fiel à realidade.