Ventos do futuro: o Estado Desenvolvimentista de cunho regulatório no setor elétrico brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Maia, Gabriel Dantas
Orientador(a): Schapiro, Mario Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/31008
Resumo: Este trabalho investiga as possibilidades de interação entre os conceitos de Estado Regulador e de Estado Desenvolvimentista. Usualmente descritos como termos antípodas pela literatura, essa dissertação argumenta que o Estado Regulador e o Estado Desenvolvimentista podem andar juntos, colaborando um com o outro. Investigando as possibilidades de mescla entre esses conceitos – aqui corporificada na absorção pelo instrumento regulatório de preocupações de política industrial – o trabalho ora apresentado analisa a regulação para compra de energia eólica via leilão no Brasil, no período 2004-2020. Como achado de pesquisa, constatou-se que o governo brasileiro – atuando por meio da agência reguladora do setor, a ANEEL – inseriu preocupações de política industrial ao longo de mais de 10 anos nos editais e nas minutas contratuais empregadas nos leilões de energia eólica, o que configura a absorção de objetivos deliberados de desenvolvimento pela regulação. Diante disso, esse trabalho conclui, referendando propostas teóricas recentes no campo de estudos do Estado Regulador, que esta lógica de Estado e o Estado Desenvolvimentista não são termos antagônicos, mas podem colaborar plenamente. Como expressão desse relacionamento cooperativo que pode se instaurar entre essas lógicas de Estado, o trabalho introduz o conceito de Estado Desenvolvimentista de cunho regulatório, o qual diz respeito à configuração estatal que utiliza deliberadamente do instrumento “regulação” para promover metas de desenvolvimento econômico. Desdobrando outros pontos suscitados pelo caso analisado, o estudo ainda sugere que: (i) regras de suporte, que auxiliem na execução de preocupações desenvolvimentistas, podem interferir na funcionalidade do Estado Desenvolvimentista de cunho regulatório; bem como que (ii) talvez algum grau de influência política sobre as agências reguladoras seja condição para que essas mesclas entre o Estado Regulador e o Estado Desenvolvimentista aconteçam na prática.