Os desafios do desenvolvimento local para populações específicas de territórios historicamente complexos: as comunidades quilombolas do Vale do Ribeira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Prado, Juliana Duran Almeida
Orientador(a): Santos, Fernando Burgos Pimentel dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/28181
Resumo: Localizado entre São Paulo e Curitiba, o Vale do Ribeira abriga a mais importante área contínua remanescente de Mata Atlântica do Brasil, com diversa sociobiodiversidade e a presença de dezenas de comunidades quilombolas. No entanto, essa riqueza coexiste com a pobreza e a falta de atendimento de necessidades básicas dessa população como saúde, educação, saneamento básico, infra-estrutura e geração de renda. Ações do governo local, estadual e nacional, assim como iniciativas de outros atores presentes no território foram implementadas e estão em curso com objetivo de trazer desenvolvimento à região, mas ainda não são suficientes para reverter esse quadro. Considerando o contexto, este estudo buscou elencar e traduzir quais são os principais desafios e oportunidades para promover o desenvolvimento local em comunidades quilombolas do Vale do Ribeira. Para definir este objetivo, além de revisão bibliográfica e documental, realizou-se uma viagem de campo de sete dias ao território e foram feitas treze entrevistas com quilombolas, moradores locais e representantes da sociedade civil e do governo local. Como resultado, verificou-se que os principais desafios ao desenvolvimento para as comunidades quilombolas estão relacionados à i) falta de reconhecimento, demarcação e titulação de terras ocupadas por quilombolas; ii) descontinuidade e deficiência de políticas públicas; iii) assimetria de poder e ausência de diálogo entre os atores; iv) racismo estrutural e v) dificuldade no acesso à mercados e inclusão na cadeia de valor de grandes empresas. Paralelamente, no que se refere às oportunidades de desenvolvimento local para as comunidades: i) fortalecimento comunitário; ii) aumento da qualidade de produtos agrícolas e valorização do sistema agrícola tradicional; iii) alternativas de renda e trabalho (turismo comunitário); iv) uso de novas tecnologias e troca de saberes. Ao final, são sugeridos alguns estudos futuros relacionados aos temas estudados.