Evasão na graduação presencial e sua relação com desemprego e renda: estudo de caso de uma IES brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Rafael da Silva Galvêas
Orientador(a): Oliveira, Fátima Bayma de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/34810
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a evasão na educação superior à luz de literatura específica e da Teoria do Capital Humano (TCH), buscando uma melhor compreensão da relação custo-benefício de se cursar uma graduação com o propósito de melhorar a inserção no mercado de trabalho, recolocação profissional e/ou incremento na renda. Dessa forma, este trabalho analisa a evasão dos estudantes nos cursos de graduação e sua relação com a taxa de desemprego e renda dos ex-alunos. Diante dessas considerações, o objetivo geral da pesquisa foi analisar como as disparidades socioeconômicas e demográficas influenciam a evasão na educação superior brasileira, visando compreender os principais desafios e oportunidades para a implementação de políticas eficazes de prevenção. A metodologia utilizada foi um estudo de caso em cinco cursos de uma universidade do sudeste do Brasil. O estudo também foi descritivo, explanatório, positivista, com pesquisa documental e questionário do tipo survey. O tamanho populacional dos ex-alunos dos cinco cursos utilizados foi de 6.177 pessoas e a amostra mínima calculada com esses parâmetros foi de 275 ex-alunos; porém, obtiveram-se 605 respostas válidas. Terminada a coleta dos dados, os questionários foram tabulados e importados para o ambiente R (R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2017). Os resultados da tese demonstraram que alunos concluintes possuem renda superior à dos estudantes que se evadiram do ensino superior. No entanto, ao comparar homens com mulheres, observou-se que mesmo homens que evadiram possuem renda superior à das mulheres concluintes. Por outro lado, não foi observada diferença na taxa de desemprego entre evadidos e concluintes. Notou-se também que pessoas autodeclaradas pretas evadidas possuem maior taxa de desemprego do que pardos e brancos. Em relação aos cursos, o trabalho confirmou que os cursos que possuem menores índices de desemprego entre os formados apresentaram menores taxas de evasão, ao passo que não se confirmou que cursos com maiores rendas entre os formados possuem menores taxas de evasão. Pôde-se observar que, devido à pandemia de coronavírus, as pessoas autodeclaradas pretas e os ex-alunos de maior renda foram mais afetados negativamente. Percebeu-se que respondentes evadidos tiveram maiores danos (mais demissões, férias antecipadas e afastadas do trabalho) do que concluinte e pessoas autodeclarados pretas tiveram cerca de três vezes maior percentual de demissões do que as brancas. Verificou-se que alunos evadidos, autodeclarados pretos e de maior renda foram mais impactados em relação ao trabalho e que mulheres foram mais afetadas negativamente em relação bem-estar do que homens. Quanto às contribuições teóricas, o trabalho utilizou de forma integrada duas teorias, preencheu lacunas de estudos anteriores, identificou diferenças entre cursos, avançou no entendimento sobre evasão e investigou os efeitos causados pela pandemia. Em relação às contribuições práticas, o estudo forneceu informações relevantes para instituições educacionais em relação à evasão, proporcionou esclarecimentos úteis para futuros alunos e maior compreensão dos impactos da covid-19 no contexto educacional, promovendo estímulo à igualdade de oportunidades.