Subsídio do combustível em empresas híbridas na indústria de petróleo e gás natural: fatores e motivações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Eduardo Rodrigues da
Orientador(a): Fontes Filho, Joaquim Rubens
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/28573
Resumo: Objetivo: Empresas híbridas são caracterizadas pelo cumprimento de duas ou mais lógicas conflitantes. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo identificar quais elementos levaram duas empresas públicas do setor de petróleo e gás natural a decidir tomar decisões distintas, uma visando a lógica comercial/econômica e a outra visando a lógica pública/social, em situações similares, a saber, o subsídio no preço dos combustíveis Metodologia: Para tal objetivo, utilizamos o método de estudo de casos “two-tails”, onde aprofundamos o entendimento em duas situações opostas. Utilizando-se as seis dimensões do hibridismo propostas por Alexius e Furusten (2019), identificamos as partes relacionadas que se beneficiaram do subsídio. Ademais, outros critérios foram utilizados no estudo, tais como nível de desenvolvimento do setor de petróleo e gás natural no país, as políticas econômicas do governo vigente e a popularidade do governo. Resultados: O nível de desenvolvimento da indústria e a situação financeira da empresa se mostraram fundamentais para a tomada de decisão sobre a lógica a se seguir. Em uma indústria em declínio, a necessidade de atrair investidores e sócios é mais latente, fazendo com que a chamada State Owned Enterprise (SOE) adote a lógica comercial/econômica para atingir esse fim. Adicionalmente, o percentual das ações em poder do Estado não se mostrou crítico para a tomada de decisão pela lógica social: o governo colombiano, que detinha maior percentual de ações em sua SOE, decidiu por seguir a lógica comercial. Por sua vez, o governo brasileiro, que detinha um percentual menor de ações em sua SOE, decidiu por seguir a lógica social. Por último, a taxa de aprovação do governo não se mostrou fator importante na tomada de decisão, mas o caso brasileiro ilustrou que o aumento do preço dos combustíveis pode desencadear ondas de manifestações contra o governo difíceis de serem controladas. Limitações: Um dos limitadores do estudo se refere à ausência de entrevistas como uma fonte adicional de dados, causada principalmente pela ausência de uma rede de contatos no mercado Colombiano. Ademais, outro fator de limitação se deu quanto à compreensão aprofundada do mercado colombiano, suas instituições e os fatores culturais que os cercam. Contribuições práticas: Entender os fatores que levaram uma empresa híbrida a decidir seguir a lógica comercial ou social é importante para os investidores minoritários dessas empresas, que podem evitar a sua participação quando um governo utilizar a SOE para implementação de política pública. Contribuições sociais: A população em geral é muito afetada pelos preços dos combustíveis praticados no país. Como a logística ainda é muito dependente dos combustíveis fósseis, qualquer mudança nos preços impacta, direta e indiretamente, a população em geral. Originalidade: Apesar do assunto relacionado ao subsídio aos combustíveis ser amplamente discutido na academia, a visão proposta no trabalho sobre o hibridismo nas lógicas mercadológicas versus as lógicas sociais ainda é pouco explorada.