O jogo das mulheres: Futebol, relações étnico-raciais e projetos familiares de formação de jogadores em clubes no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Menezes, Isabella Trindade
Orientador(a): Hollanda, Bernardo Borges Buarque de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/31370
Resumo: A presente tese investiga o processo de formação de jogadores de futebol, nas categorias de base SUB 15 e SUB 17, na cidade do Rio de Janeiro, como um projeto familiar de ascensão social e majoritariamente organizado por famílias negras, protagonizadas por mulheres. O estudo foi organizado através do trabalho de campo realizado entre os anos de 2015 e 2020, que buscou acompanhar os jogos das categorias referidas e conversas com as mães e outras mulheres envolvidas no cuidado e na organização do projeto futebolista. O acompanhamento do trabalho de campo possibilitou a realização de entrevistas com algumas mães e outras familiares envolvidas no processo. Para tanto, o corpus de análise foi formado por quatorze entrevistas com mães e outras mulheres que exercem o papel de maternagem na vida dos jovens em formação, quatro entrevistas com homens envolvidos com o desenvolvimento dos jovens aspirantes e com as negociações do mundo da bola. Além das entrevistas, foram utilizados como ferramentas de análise registro etnográficos do trabalho de campo e notícias publicadas em jornais, sobre as categorias de base desde o ano de 2016. Levando em consideração os dados que revelam que as famílias chefiadas por mulheres negras são mais numerosas no Brasil e apresentam maiores índices de vulnerabilidade social, o trabalho dialoga com os estudos interseccionais propostos por Audre Lorde e Patrícia Hill Collins para compreensão do investimento familiar em um projeto fadado ao fracasso. O conceito de interseccionalidade leva em consideração a compreensão de homem branco, da mulher negra e de todos as outras gradações identitárias pessoais, interpretando que todas as experiências são carregadas de sentido. Por isto, foram selecionadas experiências individuais e pessoais, com o objetivo de compreender a estrutura e seus campos simbólicos em ação, para evitar uma abordagem extremamente abstrata. Dessa forma, entendo a estrutura não como somente um campo de identidade, mas sim nas formas pelas quais as estruturas estão organizadas.