Empreendedorismo étnico na nova diáspora negra em São Paulo
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Centro Universitário FEI, São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.31414/ADM.2022.T.131450 https://repositorio.fei.edu.br/handle/FEI/4521 |
Resumo: | Esse trabalho analisa como os migrantes representantes da nova diáspora negra, mesmo tendo chegado em SP em condições adversas, emergem como empreendedores e busca compreender de que maneira esse empreendedorismo contribui para posicionar as problemáticas raciais e migratórias - envolvendo essa comunidade étnica - como um problema público nas arenas pública e política em que esse fenômeno se insere. Nele adoto uma postura teórico-epistemológica ancorada na sociologia pragmatista francesa, especialmente em seu desdobramento nos termos de uma Sociologia dos Problemas Públicos. No que se refere à abordagem metodológica, combino o uso de narrativas de vida, entrevistas compreensivas, observação direta e participante e análises de documentos. Coerentemente com a postura pragmatista, a etnografia me permitiu conduzir a investigação sob a perspectiva dos atores diante de suas experiências e realidades. Entretanto, devido ao contexto pandêmico mundial, fiz uma adaptação do método etnográfico, recorrendo à netnografia. Os resultados da pesquisa evidenciam que os sujeitos que compõe essa nova diáspora negra em SP emergem como empreendedores a partir de uma complexa rede de conexões com atores humanos e não-humanos. Quatro achados principais surgiram no trabalho de campo netnográfico como estando fortemente relacionados com o início e a continuidade de seus empreendimentos: os tipos de redes, agenciamentos e conexões que esses sujeitos possuem e quais conseguem alcançar; o motivo que os levaram a optar por sair de seu país natal e o contexto em que estão inseridos no Brasil; o caminho percorrido para o empreendedorismo étnico e; a intersecção existente entre raça e identidade de migrante com outros marcadores sociais da diferença. A maneira como seus negócios se relacionam com controvérsias e conflitos que favorecem ou bloqueiam a emergência de questões raciais e migratórias referentes a essa nova diáspora negra em SP nas arenas pública e política depende do perfil empreendedor dos migrantes. Essa investigação identificou três categorias, sendo duas analíticas e uma empírica, sobre esses perfis: empreendedor frágil ou vulnerável, empreendedor por necessidade e empreendedor por engajamento. Essa pesquisa traz duas relevantes contribuições. A nova leitura teórica e analítica que estabelece relações entre o empreendedorismo étnico e a nova diáspora negra em SP permite avançar a teoria sobre esse fenômeno, até então ancorada, sobretudo, numa perspectiva estruturalista, distante da capacidade de ação dos atores. Além disso, as análises apresentadas poderão ampliar os debates que busquem promover novas formulações de políticas preocupadas em atenuar os efeitos negativos e incentivar as consequências benéficas orientadas ao empreendedorismo e ao empreendedor étnico. Esses migrantes não são apenas passivos nesse processo, objeto dessas políticas. Sobretudo, eles são ativos na construção do problema público, capazes de influenciar as políticas públicas que os afetam. Fazem parte, portanto, da ação pública |