A dádiva na dívida:um olhar antropológico do endividamento doméstico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Pereira, C. R.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro Universitário FEI, São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.fei.edu.br/handle/FEI/368
Resumo: Este estudo propõe uma nova compreensão sobre o endividamento do consumidor no campo da Cultura de Consumo. O objetivo da pesquisa é explicar o endividamento contínuo pelo Princípio da Dádiva. Esta teoria diz respeito às relações baseadas em dar, receber e retribuir, na qual se estabelece um forte vínculo social entre as pessoas. Para isso foram feitas entrevistas em profundidade utilizando-se as histórias de vida, no intuito de resgatar os momentos de dívida, as pessoas envolvidas, os fatos marcantes etc. Nos resultados surgiu uma tipologia Dádiva-Dívida composta por: Dádiva Positiva, Dádiva Negativa, Dádiva Veneno e Dádiva Vampira. A Dádiva Positiva é aquela em que o ciclo dar-receber-retribuir acontece plenamente e os sujeitos estão envolvidos na relação dadivosa. Na Dádiva Negativa o ciclo dadivoso é desfeito, pois há uma quebra de vínculos. Na Dádiva Veneno não acontece o ciclo, pois o que se observa é uma relação neurótica em que o oferente dá muito e exige que o outro retribua da mesma forma ou mais. E a Dádiva Vampira é aquela em que o sujeito endivida para si, no intuito de criar vínculos num grupo social. Os resultados ajudam a compreender o endividamento por uma perspectiva cultural, e elucida um ponto até então não pesquisado, a presença da Dádiva na dívida. Esta dissertação pode contribuir para o lançamento de políticas públicas que orientem os consumidores em relação ao endividamento contínuo, uma vez que não é a dívida monetário que mantém as relações , e sim a própria Dádiva.