Atributos de inserção em projetos globais e capacidades locais em subsidiárias de multinacionais brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Tarraço, E. L.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro Universitário FEI, São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.fei.edu.br/handle/FEI/378
Resumo: A descentralização das atividades de P&D, como meio de expansão da fonte de recursos e capacidades e exploração dos mercados mundiais, tem sido a tendência de crescimento das organizações. É cada vez maior o interesse nos estudos das subsidiárias de mercados emergentes devido à importância estratégica do desenvolvimento das capacidades locais em inovação para participação em projetos globais. Por meio das lentes teóricas de negócios internacionais (HAKANSON; NOBEL,1993; FLORIDA, 1997; LE BAS; SIERRA, 2002) em globalização da inovação (GAMMELTOFT, 2006; GERYBADGE; REGER, 1999; BOUTELLIER; GASSMANN; VON ZEDTWITZ, 2008; NARULA; ZANFEI, 2003) e dos trabalhos de desenvolvimento de capacidades locais, foi proposto que a inserção em projetos globais pelas subsidiárias brasileiras está associada ao desenvolvimento das capacidades de inovação local em processos e produtos, e que estas relações são moderadas pelas capacidades locais de P&D (D’AGOSTINO; SANTANGELO, 2012; ASAKAWA; LEHRER, 2003) e pelos financiamentos direto e indireto (FRANCO; RAY, S.; RAY, P.K., 2011; ERNST, 2006). A partir de elaboração de estudo quantitativo baseado em uma amostra de 111 subsidiárias estrangeiras no Brasil, analisada por meio de regressão múltipla, os resultados demonstram que a participação das subsidiárias brasileiras em projetos globais de inovação é influenciada pelas capacidades locais de inovação em processos e produtos. As evidências, porém, são insuficientes para concluir que as capacidades de P&D e financiamentos recebidos tenham algum efeito no aumento ou redução de força das relações das capacidades locais de inovação em processos e produtos inseridas em projetos globais. O possível argumento para a ausência da moderação de P&D é encontrado no histórico de maior participação das subsidiárias brasileiras em cadeias globais de produção mais do que em redes de globais de P&D, ocasionada pelo cenário de baixa atividade em inovação. Os resultados confirmam os esforços de desenvolvimento das capacidades locais de inovação pelas subsidiárias estrangeiras no Brasil (ARIFFIN; FIGUEIREDO, 2007; BOEHE; ZAWISLAK 2007; ATHREYE; TUNCAY-CELIKEL; UJJAL, 2014) e indicam de forma distinta a relação das capacidades globais de processos e produtos com a participação em projetos globais. Esta pesquisa contribui para a gestão das políticas públicas a partir da identificação da ausência de apoio estatal por meio da integração dos investimentos diretos e indiretos com as políticas de incentivos existentes que estimulem o mercado e reflitam no desenvolvimento da inovação no país. As subsidiárias brasileiras têm um caminho a ser trilhado para a evolução de sua atuação como inovadoras globais dentro das multinacionais com a concentração de atividades de adaptação de produtos. Elas já apresentam, porém, resultados significativos em capacidades de inovação global no desenvolvimento de novos produtos e processos e seguem a evolução dos demais mercados emergentes quanto às capacidades tecnológicas. Os resultados desta pesquisa reforçam as recomendações de Marin e Costa (2013) e Marin e Bell (2010), segundo as quais, para o avanço na inovação das subsidiárias brasileiras, é insuficiente que as políticas se preocupem apenas em atrair investimentos diretos estrangeiros, mas é necessário promover a integração das subsidiárias locais de forma global e desenvolver suas capacidades locais pela atração de atividades de inovação. Com políticas que considerem estes fatores, frente ao importante papel dos investimentos para as multinacionais, não só as capacidades locais de inovação serão desenvolvidas promovendo a evolução da subsidiária, como também a economia de empresas locais do mesmo setor (CRESCENZIA; GAGLIARDI; IAMMARINO 2015).