Resistência genética à ferrugem-da-folha e ferrugem-do-colmo nas variedades brasileiras de trigo 'Toropi' e 'BRS 194'.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: COELHO, M. B.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1136596
Resumo: A ferrugem-da-folha (Puccinia triticina Erikss) (Pt) e a ferrugem-do-colmo (Puccinia graminis Pers. f. sp. Tritici Eriks. & E. Henn) (Pgt) representam importantes gargalos à produção de trigo em todo o mundo. Como os patógenos se disseminam e desenvolvem novas virulências, a resistência genética durável é a estratégia mais eficaz de controle. A variedade brasileira ?Toropi‟ mantém resistência durável à Pt por mais de 50 anos, e é considerada um valioso recurso genético para resistência às doenças causadas por ferrugens. Além de ?Toropi‟, a variedade ?BRS 194‟, desenvolvida em 2000, também apresentava resistência a todas as raças de Pt ocorrentes no Brasil e em países da América do Sul, até que sua resistência qualitativa foi superada cinco anos após seu lançamento, pela raça MFP-CT, uma nova virulência de Pt. Este trabalho foi realizado em dois locais (Brasil e Canadá) e teve como objetivo investigar a resistência à ferrugem-da-folha e do colmo de ambas as variedades. Foi desenvolvida uma população duplo-haploide (DH) oriunda de ?Toropi‟ x ?BRS 194‟ e inoculada em fase de plântula com a raça MCJ-HN (Pt) no Brasil. No estágio de planta adulta, a população foi inoculada com MFP-CT (Pt) no Brasil e CCDS (Pt) no Canadá. As linhagens e os parentais também foram genotipados para translocação de centeio 1BL.1RS, em busca de genes de resistência conhecidos presentes neste segmento, e, para o gene Sr36. As plântulas dos genótipos parentais foram inoculadas com os isolados de Pgt: TTKSK (Ug99), TPMK, TMRT, RHTS, MCCF, QTHJF e RTHJ. Os resultados obtidos, para Pt, no estágio de plântula, mostraram resistência para ?BRS 194‟ (TI =; 1) e suscetibilidade para ?Toropi‟ (TI = 3). A proporção de 1:1 do fenótipo encontrado na população DH indicou um único gene de resistência de ?BRS 194‟. No teste de planta adulta no Brasil com MFP-CT, ?BRS 194‟ exibiu suscetibilidade (TI = 3) e ?Toropi‟ apresentou resistência (TI= 0;/0;1). No teste realizado no Canadá com CCDS, ?BRS 194‟ foi suscetível (TI = 3) e ?Toropi‟ resistente (IT = 1-). A variedade ?Toropi‟ revelou não possuir o segmento cromossômico 1BL.1RS, ao contrário de ?BRS 194‟, que mostrou sua presença. ?BRS 194‟ expressou resistência a todas as raças de Pgt, e, para o isolado Ug99 (TTKSK) (TI = 0), foi sugerida a presença do gene Sr36, que foi confirmada pelo marcador STM773-2 (+) e pela variedade ?Arthur 71‟ (portador Sr36) em seu pedigree. A variedade ?Toropi‟ foi resistente a RHTS, MCCF, QTHJF e RTHJ, sugerindo a presença de um gene de resistência a Pgt. Os resultados encontrados geraram novas perspectivas em relação às variedades brasileiras de trigo ?Toropi‟ e ?BRS 194‟. Ambos os genótipos fornecem fontes eficazes de resistência contra Pt e Pgt e são preciosos para a expansão da base genética em programas de melhoramento genético do trigo. Em especial, este trabalho apresenta ?BRS 194‟ como uma variedade adaptada e resistente à Ug99, contribuindo para que os melhoristas estejam à frente na batalha contra este patógeno, ainda não detectado no Brasil.