Manejo de canola em terras baixas: características do dossel, interceptação da radiação e produtividade de grãos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SCHAEFER, P. E.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1137103
Resumo: A modificação das condições microclimáticas de culturas agronômicas pode afetar substancialmente o crescimento e rendimento de grãos em ambientes com excesso hídrico. Assim, o presente trabalho teve como objetivo determinar o efeito da modificação do arranjo espacial de plantas em dossel de canola em Argissolo Bruno-Acinzentado Alítico úmbrico com e sem drenagem superficial do solo, na depressão central do Rio Grande do Sul. Neste sentido, foram conduzidos experimentos em condições de campo em 2018 e 2019, utilizando-se o delineamento experimental em blocos casualizados com faixas para o fator drenagem superficial do solo, em esquema bifatorial 2 x 4, com 4 repetições. Os tratamentos consistiram em, com e sem drenos superficiais (fator drenagem) e espaçamento entre linhas de 0,17, 0,34, 0,51 e 0,68 m (fator espaçamento). A cultivar de canola utilizada foi a Diamond, com densidade populacional de 40 plantas m-2 após o raleio. Os sulcos de 0,25 m de largura e profundidade foram abertos com uma valetadeira ao redor das unidades experimentais para a drenagem. Foram realizadas avaliações fenológicas, caracteres de crescimento, área foliar, matéria seca, densidade final de plantas, número de síliquas por planta, número de grãos por síliqua, massa de mil grãos, produtividade de grãos e parâmetros de interceptação da radiação fotossinteticamente ativa (RFA). Para a mensuração RFA incidente e transmitida em dossel foram utilizados sensores artesanais contendo cinco fotocélulas de silício amorfo com leituras intercaladas a cada 30 segundos a partir do estádio de roseta da cultura. O uso de drenagem superficial do solo (CD) reduziu a persistência da elevação do lençol freático no perfil. O excesso hídrico do solo atrasou o desenvolvimento das plantas para obtenção do IAF máximo e do ciclo total da cultura. O coeficiente de extinção da RFA foi superior no espaçamento 0,17 m, reduzindo com o aumento de espaçamento. A eficiência do uso da radiação (EUR) variou entre 1,49 a 3,08 g MJ-1, sendo que com a inserção de drenos ocorre um aumento médio na EUR de 11,1 e 31,2% nos distintos anos. A ramificação da cultura de canola é afetada pelo excesso hídrico do solo e afeta negativamente a produtividade. Com a ausência de drenagem superficial (SD) ocorreu um aumento do número total de ramos em 21,7 e 62,1%, respectivamente, em 2018 e 2019. A utilização de drenos impactou positivamente o cultivo de canola, principalmente ao se reduzir o excesso hídrico intenso (2018), com 22,0, 469,9, 130,8, 58,7, 1198,1% para, respectivamente, na altura de planta, no número de síliquas, grãos por síliqua, massa de mil grãos e rendimento de grãos. O espaçamento 0,17 m apresentou menor redução do estande final de plantas e maior número de grãos por síliqua. As médias de rendimento de grãos foram de 81,5 e 1090,2 kg ha-1 em SD e de 1237,2 e 2901,1 kg ha-1 em CD, respectivamente, em 2018 e 2019. Nos tratamentos com drenagem os maiores rendimentos de grãos foram observados nos espaçamentos entre linhas de 0,41 m em 2018 e de 0,17 m em 2019. Os resultados deste estudo evidenciam que o cultivo de canola em terras baixas é possível e pode ser rentável mediante a utilização drenagem superficial no solo, sendo necessários espaçamentos intermediários em torno de 0,45 m para resguardar a capacidade produtiva na presença de excesso hídrico no solo.