Cardiopatia reumática em crianças e adolescentes: aspectos demográficos, epidemiológicos, clínicos e cirúrgicos num hospital público de referência em Salvador - Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Magalhães Filho, José
Orientador(a): Guimarães, Armênio Costa
Banca de defesa: Menezes, Marta Silva, Guimarães, Isabel Cristina Britto, Braga, Adriana Lopes Latado
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Medicina e Saúde Pública
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação de Mestrado e Doutorado em Medicina e Saúde Humana
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www7.bahiana.edu.br//jspui/handle/bahiana/52
Resumo: A febre reumática (FR) e a cardiopatia reumática crônica (CRC) ainda se configuram como um problema relevante em algumas regiões do Brasil, atingindo principalmente crianças, adolescentes e adultos jovens. Objetivos: Descrever aspectos epidemiológicos e clínicos de crianças e adolescentes com diagnóstico de CRC ou FR, acompanhadas num hospital público de referência em Salvador-Bahia e avaliar a influência de fatores socioeconômicos na gravidade da doença. Delineamento: corte transversal. Casuística, pacientes e métodos: A amostra foi constituída por 160 crianças e adolescentes até 18 anos incompletos, com diagnóstico de FR ou CRC por critérios clínicos, laboratoriais e ecocardiográficos, atendidos consecutivamente no ambulatório de cardiopediatria do Hospital Ana Neri (HAN), divididas em grupos de crianças (até 12 anos incompletos) e adolescentes (entre 12 anos e 18 anos incompletos). Foram colhidas informações sobre nível socioeconômico, renda familiar e classe social, escolaridade materna, condições de moradia, classe funcional, lesões valvares ao ecocardiograma, aspectos radiológicos e eletrocardiográficos, bem como tratamento cirúrgico submetido no período. Resultados: De julho de 2008 a julho de 2010 foram avaliadas 58 crianças e 102 adolescentes. A média de idade foi 12,1+2,9 anos, 56,3% do sexo masculino. A maioria (75,0%) procedente do interior, urbano(35,0%) e rural (40,0%), e com rendimento salarial de até 01 salário mínimo (83,0%), pertencentes às classes D (63,6%) e E (25,9%). Foi diagnosticada FR aguda em 12,5% da amostra. As lesões valvares mais frequentes foram insuficiências mitral de grau moderado a severo (78,8%) e insuficiência aórtica de grau leve a moderado (46,3%). A estenose mitral isolada foi incomum (10,6%). Um total de 43 pacientes foi submetido a tratamento cirúrgico no período do estudo. Os procedimentos realizados foram plastia mitral (52,2%), plastia tricúspide (30,2%), prótese mitral tecidual (28%), prótese aórtica tecidual (25,6%), prótese mitral mecânica (14%) e prótese aórtica mecânica (7%). A IM grave foi mais comum em pacientes do interior ou zona rural (p- 0.035) e com renda de até 01 salário mínimo (p-0,005), em uso irregular de Penicilina (p-0,09). A análise multivariada revelou uma associação entre baixa renda familiar e a gravidade da cardiopatia (OR-3,0; IC 95%-1,18-8,72; p-0,021). Conclusão: A cardiopatia reumática apresenta elevada morbidade em nosso meio e deve ser vista como um problema de saúde pública a ser priorizado. Baixa renda foi o fator preditivo de gravidade mais importante dessa doença.