Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Guerra, Priscila Valera |
Orientador(a): |
Brodskyn, Cláudia Ida |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto Gonçalo Moniz
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/30508
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A Leishmaniose cutânea e mucosa é uma enfermidade negligenciada causada pela Leishmania braziliensis (L. braziliensis), que cursa com lesões cutâneas decorrentes da inflamação exacerbada induzida pela presença do parasita no tecido cutâneo. Imunologicamente, a inflamação exacerbada é caracterizada pela indução de uma resposta Th1, acompanhada de altos níveis de IFN-gamma e baixos de IL-10. Os Lactococcus lactis (L. lactis), são bactérias ácido lácticas Gram positivas e não patogênicas. A forma recombinante de L. lactis (L. lactis-Hsp65) corresponde à bactérias geneticamente modificadas que produzem e secretam a proteína de choque térmico 65 (Hsp65) derivada da Mycobacterium leprae. Nos últimos anos, tem sido demonstrado que a Hsp65 desenvolve um papel importante na modulação imune, controlando, principalmente, respostas autoimunes e inflamatórias. A atividade imunomodulatória da Hsp65 está relacionada com a inibição da produção de TNF-α e IFN-γ, além do incremento na secreção de IL-10 pelas células T. De fato, já foi demonstrado que a administração oral de Hsp65 possui um importante papel na ativação de células T reguladoras presentes na mucosa intestinal. OBJETIVO: O principal objetivo deste trabalho foi avaliar a administração oral de L. lactis produtor de Hsp65 como um potencial imunomodulador em um modelo experimental de leishmaniose cutânea. MATERIAL E MÉTODOS: Camundongos BALB/c receberam por via oral cepas de L. lactis recombinantes, produtores ou não produtores de HSP65, por um período de 4 dias consecutivos. Dez dias após a administração das bactérias, os animais foram infectados com L. braziliensis (Lb) na derme orelha esquerda. Dois dias antes da infecção, dois grupos receberam uma administração intraperitoneal de PAM3CSK4 (PAM, agonista de TLR2), um que recebeu a cepa recombinante L. lactis-HSP65 e o outro não. RESULTADOS: A avaliação semanal da espessura da lesão na orelha mostrou que durante a infecção, os animais que receberam a L. lactis produtor de HSP65, associado ou não ao PAM, apresentaram lesões menores e com resposta inflamatória menos intensa comparados aos animais dos grupos controles (Lb, Vazio e PAM). Além disso, a carga parasitária, tanto na orelha quanto no linfonodo drenante, foi reduzida ao final do experimento nos animais administrados com L. lactis produtor de Hsp65. Também foi observada uma redução significativa na destruição tecidual, assim como elevada produção de IL-10 e baixa de IFN-γ nos linfonodos drenantes principalmente pelos animais que receberam a cepa L. lactis produtor de Hsp65, associada ao PAM. A administração da HSP65 também induziu o aumento de células expressando CD4+Foxp3+ e CD4+LAP+ (TGF-β associado à membrana) nos linfonodos drenantes e mesentéricos após a infecção. CONCLUSÕES: Nossos resultados sugerem que a administração de L. lactis produtor de Hsp65 leva à modulação da resposta inflamatória, com redução da inflamação e aumento da tolerância oral. Assim, L. lactis produtor de Hsp65 pode ser visto como um candidato na profilaxia, não somente de doenças autoimunes, mas também de doenças inflamatórias como a leishmaniose cutânea. |