A neuroimunomodulação na síndrome metabólica: a participação dos receptores do tipo Toll 4

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pereira, Nathalie Vieira Rosa de Souza Obadia
Orientador(a): Almeida, Vanessa Estato de Freitas, Tibiriçá, Eduardo Vera
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37269
Resumo: A síndrome metabólica (SM) é definida como um estado pró-inflamatório de baixo grau, no qual fatores metabólicos e cardiovasculares anormais aumentam o risco de desenvolver doença cardiovascular e neuroinflamação. Eventos como o acúmulo de tecido adiposo visceral, aumento das concentrações plasmáticas de ácidos graxos livres, hipóxia tecidual e hiperatividade simpática na SM, podem contribuir para a ativação direta ou indireta dos receptores do tipo Toll (TLR), especificamente o TLR-4, considerado como um receptor envolvido em todos os componentes desta síndrome. A ativação da resposta imune inata, via TLR4 pode contribuir para este estado de inflamação crônica e pode estar relacionada com a neuroinflamação e neurodegeneração observadas na SM. Neste estudo, investigamos o papel dos receptores TLR4 na microcirculação cerebral e no desempenho cognitivo de camundongos com SM induzida por dieta hiperlipídica (HFD). O modelo de SM induzido por HFD em camundongos acarreta em alterações metabólicas, hemodinâmicas e microcirculatórias evidenciadas pela rarefação capilar, aumento do rolamento e adesão de leucócitos em vênulas pós-capilares e disfunção endotelial, que estão diretamente relacionadas ao declínio cognitivo e neuroinflamação O mesmo modelo de SM reproduzido em camundongos que possuem uma mutação genética, que os torna deficientes para o TLR4, não gera tais alterações. Também demonstramos que a substituição da dieta hiperlipídica pela dieta normolipídica é capaz de reverter as alterações inflamatórias na microcirculação cerebral e este efeito, possivelmente, está relacionado a menor ativação do TLR4. Ainda verificamos que a ingestão de HFD por uma semana não é capaz de induzir alterações microcirculatórias e inflamatórias cerebrais nos animais controles e mutantes para o TLR4-HFD. Portanto, nossos resultados demonstram que o TLR4 está envolvido na disfunção microvascular e neuroinflamação associada à SM induzida por HFD e, possivelmente, desempenham um papel causal no desenvolvimento do declínio cognitivo.