Identidade Trans e o acesso à saúde na cidade de Macaé-RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Victor Tavares de
Orientador(a): Motta, José Inácio Jardim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56664
Resumo: O consultório LGBT no Município de Macaé-RJ funciona diariamente esse serviço integra uma rede de cuidados com o Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) e a clínica da Casa de Convivência. No HUPE, há a prestação de terapia fonoaudiológica e de procedimentos cirúrgicos; são 167 pessoas cadastradas nesses serviços de saúde. A sua implantação foi uma deliberação do conselho municipal de saúde. O atendimento tem recebido predominantemente as pessoas travestis e transgêneros. Apesar dos avanços na garantia de direitos às pessoas travestis e transgêneros, importa o desenvolvimento de estudos para compreender as necessidades de saúde desse público. O problema de pesquisa dessa dissertação é como se dá o acesso ao Consultório LGBT no Município de Macaé-RJ por pessoas trans. O presente trabalho tem como objetivo investigar como se dá o acesso ao Consultório LGBT no Município de Macaé-RJ por pessoas trans. A captação dos interlocutores se deu a partir da indicação no Consultório LGBT e utilizando a técnica bola de neve. Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), treze pessoas se disponibilizaram para as entrevistas, sendo autodeclaradas sete mulheres trans ou travesti e seis homens trans, entre 18 anos e 35 anos. Procurou-se entender como as pessoas experienciam a transição de gênero, a formação de sua identidade e como se dá o acesso aos serviços públicos de saúde, considerando as possibilidades da rede pública, como a oferta de cirurgias e hormonização. Espera-se que esse estudo contribua para a maior visibilidade em relação à saúde das pessoas trans e travestis. Verificou-se que, de modo geral, os profissionais de saúde ignoram os valores dos usuários e as necessidades de uma pessoa travestis e/ou transgêneros, não se estabelecem vínculos e atendimento humanizado. A escuta e o acolhimento, podem ser comprometidos por desprezo e por discriminação, deixando de realizar o manejo adequado por seguir, exclusivamente, os padrões da heteronormatividade em sua prática profissional. Nos relatos, foram destacadas algumas situações em que não se encontra atendimento adequado nos serviços de saúde. Julgamentos de valor expressos pelas ações de alguns profissionais de saúde se mostram em atitudes discrimina - tórias em relação às travestis. As pessoas transexuais têm aparecido historicamente em vá - rios espaços sociais e coexistido em serviços públicos de saúde, locais projetados para atender a demanda para o público em geral. O acesso das pessoas trans à saúde muitas vezes acaba expondo a intolerância e desconhecimento entre os profissionais de saúde.