Fluxos de internações e óbitos por diarréia em menores de cinco anos na região integrada de desenvolvimento do entorno do Distrito Federal, entre 2001 e 2006

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Nakanishi, Patricia Taira
Orientador(a): Moreira, Rafael da Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Aggeu Magalhães
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35655
Resumo: Introdução: O país tem mais de 30 mil equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF), com cobertura de mais de 120 milhões de habitantes. O acesso à saúde melhorou consideravelmente. Diante dessa nova realidade, prescinde-se da necessidade de analisar o sistema de saúde. Muitos autores defendem o uso da condição mortalidade infantil por diarréia como indicador sensível para avaliar qualidade da atenção à saúde. Elegeu-se a Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal (RIDE-DF), por ser território de extremas desigualdades e poucos estudos. Se por um lado, o DF sempre apresentou indicadores diferenciados; por outro, o entorno vivencia violência e exclusão social decorrentes do crescimento segregacionista da capital. Objetivou-se estudar os fluxos de internações e óbitos por diarréia em menores de 5 anos nesse território. Metodologia: estudo ecológico, com análise dos fluxos de internação e óbitos por diarréia em < 5 anos nos 23 municípios que compõem a RIDE-DF, de 2001-2006, pela construção de matriz de vizinhança. Foram construídas matrizes de correlação dos indicadores sócio-demográficos e sanitários (teste de Spearmen, com p significante <0,05), mapas temáticos e aplicação de estatística espacial. Resultados: Brasília foi o único município que apresentou invasão de óbitos. O coeficiente de mortalidade por diarréia <5 anos apresentou correlação com a população (r=0,506), com IDH-M (r=0,524); correlação negativa com taxa de analfabetismo (r=-0,470) e com a média de cobertura de ESF (r=-0,442). Para as internações, outros municípios além de Brasília sofreram invasão. Conclusões: o fluxo de óbitos e internações por diarréia em < 5 anos entre 2001-2006 na RIDE-DF foi predominantemente direcionado ao DF, pela própria construção da história da cidade. Observou-se melhor cobertura da ESF nos municípios pequenos, de maiores taxas de analfabetismo e piores IDH-M, confirmando a literatura. Essa afirmação pode explicar o porquê dos municípios com piores indicadores sociais apresentarem melhores indicadores neste estudo. Novos questionamentos devem surgir com relação à existência e à qualidade da saúde da região. Por fim, a relevância do estudo de fluxos está na compreensão de como se dá a organização e uso dos serviços de saúde no contexto regional para a construção de caminhos melhores para a saúde na região.