Tornar-se mulher: processos de opressões e subjetivação de mulheres de uma favela no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Ana Carolina Xavier Claro de
Orientador(a): Engstrom, Elyne
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/59250
Resumo: O conceito de gênero, nas ciências sociais, aborda a construção social do sexo e enfatiza os aspectos culturais e históricos que caracterizam as posições sociais dadas a homens e mulheres. Em um contexto de pesquisa marcado por questões relacionadas às desigualdades sociais, as opressões de gênero foram adotadas numa perspectiva decolonial, uma vez que esta abordagem busca a compreensão histórica e política das sociedades, a partir de pensamentos críticos para especificidades das hierarquias sociais. O objetivo principal da pesquisa foi compreender as experiências vividas relacionadas aos processos de opressões e subjetivação, articulando gênero, raça e classe e seus efeitos sobre a saúde. O reconhecimento dos efeitos das múltiplas opressões sobre a saúde das mulheres, permite aos serviços de saúde um aprimoramento da sua oferta de cuidado. Para responder as perguntas da dissertação, foi escolhido o método qualitativo, que se constitui na realização de dez entrevistas semiestruturadas com mulheres moradoras da favela do Jacarezinho. As entrevistas privilegiaram compreender as trajetórias de vida destas mulheres e, a posteriori, foi realizada análise de conteúdo e classificação em categorias de análise. As conclusões corroboram a percepção que as opressões de gênero estão imbricadas, sobrepostas e articuladas às opressões raciais e de classe em mulheres moradoras de favela. Sexismo, racismo e elitismo emergem nos relatos das entrevistadas que apontam para os estigmas sociais de mulheres moradoras da favela, com os estereótipos de um corpo sexualizado, subjugado e criminalizado. As construções sociais do ser mulher na favela interferem nos processos de viver, adoecer e morrer. Trata-se de uma adoecer que se relaciona com a exclusão social, política e econômica construída e sustentada por meio das estruturas sociais de poder e que nos seus relatos se apresentam como: medo, sobrecargas emocionais e físicas, solidão, baixa autoestima, insônia.