Efeito subletal da cianobactéria Cylindrospermopsis raciborskii (Woloszynska, 1912) na atividade locomotora de Poecilia vivipara Bloch e Schneider, 1801 (Poeciliidae) e na motilidade de Pygidiopsis macrostomum Travassos, 1928 (Heterophyidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lopes, Karina Corrêa
Orientador(a): Silva, Claudia Portes Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23347
Resumo: As cianobactérias podem produzir metabólitos secundários potencialmente tóxicos para organismos aquáticos. Nos peixes, essas toxinas podem interferir na reprodução, no crescimento e no comportamento. A cianobactéria Cylindrospermopsis raciborskii pode produzir toxinas hepatotóxicas (cilindrospermopsinas) e neurotóxicas (saxitoninas). No Brasil só existem relatos da presença de cepas produtoras de saxitoxinas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito subletal da cianobactéria C. raciborskii na atividade locomotora de peixes Poecilia vivipara e na motilidade de metacercárias do Trematoda Pygidiopsis macrostomum. Nos experimentos foram utilizados peixes naturalmente parasitados coletados na Lagoa Rodrigo de Freitas, RJ, filhotes nascidos e criados em laboratório (livres de parasitos) e uma cepa de C. raciborskii isolada do reservatório de Funil, Resende, RJ. O biomonitoramento através do sistema de análise de imagem VIDEOMEX-V® foi realizado antes e após a exposição ao extrato liofilizado da cianobactéria nas concentrações de 40 e 400 mg L-1, sendo testadas duas culturas diferentes. O teste de motilidade com as metacercárias de P. macrostomum presentes em P. vivipara provenientes da lagoa, foi realizado após a exposição dos peixes ao extrato da cianobactéria. O extrato liofilizado de C. raciborskii alterou a atividade locomotora tanto de P. vivipara criados em laboratório como dos peixes coletados da lagoa. Culturas diferentes da mesma cepa de C. raciborskii alteraram de forma oposta a atividade locomotora de P. vivipara, sugerindo não ser a saxitoxina a substância responsável por essas alterações. As metacercárias de P. macrostomum sofreram paralisia temporária causada pela ação da saxitoxina, recuperando a motilidade após 48 horas. A saxitoxina foi encontrada nas vísceras e brânquias de P. vivipara analisados imediatamente após à exposição ao extrato e nos peixes mantidos por 48 horas em água limpa. Este estudo evidencia que o extrato bruto de C. raciborskii pode ter efeito no comportamento de P. vivipara e na motilidade de P. macrostomum, podendo influenciar tanto no comportamento dos peixes como no ciclo de vida de seus parasitos.