O observador: medicina, sociedade e sensibilidade na trajetória intelectual de Jean-Joseph Ménuret de Chambaud (1739-1815)

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Guimarães, João Luiz Garcia
• Orientador(a): Kury, Lorelai Brilhante
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/58872

A presente tese se debruça sobre a trajetória intelectual do médico e enciclopedista francês JeanJoseph Ménuret (1739 – 1815). Nascido em Montélimar em 1739 e formado na célebre Faculdade de Medicina da Universidade de Montpellier em 1757, Ménuret vivenciou importantes momentos da história da medicina francesa, envolvendo-se em projetos para sua reforma e reconstrução durante um intervalo que vai das décadas anteriores à Revolução Francesa até o fim do Primeiro Império. Partindo não apenas da análise de sua colaboração com a Encyclopédie de Diderot e d’Alembert, como também de sua obra médica posterior e de sua carreira médica, busquei apontar a importância dessa personagem para a história da categoria “observação” nas ciências do século XVIII. A trajetória de Ménuret também permite compreender as possíveis relações entre Escola de Montpellier – uma das escolas médicas mais influentes na medicina francesa do século XVIII – e os enciclopedistas, notoriamente através da promoção da medicina prática e da higiene. A valorização da sensibilidade humana que predominou na cultura francesa do período parece ter contribuído para a criação de uma vigorosa variedade de ciência ilustrada que aproximou os médicos da Universidade de Montpellier dos filósofos iluministas como Diderot. Diante disto, argumento que a noção de “sensibilidade”, tanto quanto as noções de “razão” e “matematização”, atuou como importante elemento unificador das ciências durante o Iluminismo.