Mortalidade infantil e acesso ao parto hospitalar nos municípios brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Almeida, Wanessa da Silva de
Orientador(a): Szwarcwald, Celia Landmann
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24567
Resumo: Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise sócio-espacial nos municípios brasileiros sobre o acesso geográfico ao parto hospitalar, considerando sua associação com o coeficiente de mortalidade infantil (CMI), no período 2005-07. Devido ao persistente subregistro das informações vitais, em algumas áreas do País, foram analisadas informações de óbitos e nascimentos quanto à sua adequação para o cálculo do CMI. Para a análise, foram utilizados indicadores demográficos, socioeconômicos, e de oferta de serviços qualificados. O indicador de acesso geográfico ao parto foi mensurado pela distância média percorrida para a internação para o parto entre o município de residência e o município de hospitalização para o parto. Por meio de uma regressão múltipla foi testada a associação entre o deslocamento médio intermunicipal ao parto e o CMI, controlando-se pelas demais variáveis consideradas no estudo. Entre os principais resultados do estudo, evidenciou-se que a proporção de municípios com informações vitais adequadas alcançou 75% no período 2005-07, o que possibilitou este tipo de análise. Observou-se grande desigualdade na oferta de serviços qualificados, com a concentração dos estabelecimentos com atendimento neonatal intensivo nas regiões mais desenvolvidas do Brasil, Sul e Sudeste, no litoral, onde se localizam as cidades mais ricas, e nas capitais dos estados. A distância média percorrida para a internação para o parto mostrou-se inversamente associado ao porte populacional e à renda per capita. Os resultados do modelo de regressão múltipla mostraram uma correlação significativa entre o deslocamento intermunicipal para o parto hospitalar e o CMI, após controlar os efeitos dos fatores demográficos e socioeconômicos. Embora tenham sido desenvolvidas, estratégias para a melhoria da qualidade do atendimento às gestantes no Brasil, sobressai do presente estudo, a constatação da insuficiência das ações para garantir o acesso igualitário à assistência ao parto. Vinculado à desigualdade de oferta de serviços e à falta de integração com a atenção básica de saúde, o maior deslocamento intermunicipal para a internação para o parto se mostrou como um fator de risco para a mortalidade infantil.