Os modelos de comunicação do risco em epidemias: a emergência da Zika no Facebook das autoridades de saúde brasileira e norte-americana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lima, Tarcísio Valente
Orientador(a): Laguardia, Josué, Silva, Luiza Rosângela da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/33236
Resumo: Esta dissertação aborda a comunicação do risco no ambiente online durante emergências de saúde pública, tendo como ponto de partida as mensagens divulgadas pelas autoridades de saúde. A amostra analisada incluiu 655 posts publicados nas páginas do Facebook do Ministério da Saúde e do Center for Disease Control and Prevention (CDC), de maio de 2015, quando dos primeiros casos da zika no Brasil, a novembro de 2016, fim da emergencia de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde. Em termos metodológicos, optou-se por um método baseado na Teoria Fundamentada em Dados, em sua corrente construtivista, com a categorização dos dados analisados até a obtenção de um modelo geral que explicasse o fenômeno em questão em termos mais gerais. Como resultados, observaram-se aproximações e distânciamentos entre a comunicação realizada pelas autoridades e os modelos teóricos existentes. Nota-se uma comunicação com o objetivo de ampliar a confiança, a credibilidade, o engajamento, a participação e a interação da população, descrevendo a situação, traçando planos para controle e prevenção dos riscos, divulgando mensagens relacionadas a este plano e avaliando seus resultados Tal processo é retroalimentado a todo momento e sofre também influências externas que podem amplificar os riscos, bem como influências de tempo e localização geográfica. Embora destaque a comunicação participativa, o engajamento e a interação, a comunicação realizada ainda se aproxima dos modelo comunicacionais tradicionais, mantendo-se polarizada e com as autoridades apresentando-se como emissores das mensagens, embora já exista certa abertura e aproximações a modelos mais modernos de comunicação. De forma mais geral, os modelos da \201CCommunication for Behaviourial Impact\201D (COMBI) e do \201CCrisis and Emergency Risk Communication\201D (CERC) se adequam a este modelo de comunicação adotado, embora seus manuais ainda necessitem de maior detalhamento das ações a serem realizadas especificamente nas mídias sociais, tanto em termos de estratégia, fundamentação em relação ao tipo e conteúdo das mensagem, quanto da forma como agir e interagir durante o processo comunicacional. Também observou-se a necessidade de aprimoramento das ferramentas de avaliação dos dados de forma a retroalimentar o processo de forma mais eficiente.