Isolamento, caracterização molecular, análise filogenética e expressão de genes relacionados à infecção de riquétsias do Grupo Febre Maculosa circulantes no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Arannadia Barbosa
Orientador(a): Gazêta, Gilberto Salles, Ferreira, Erik Machado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23132
Resumo: No Brasil, a Febre Maculosa (FM) é causada por Rickettsia rickettsii e por uma riquétsia filogeneticamente próxima à Rickettsia parkeri, Rickettsia sibirica e Rickettsia africae, denominada de Rickettsia sp. cepa Mata Atlântica. A FM causada por R. rickettsii concentra-se na região Sudeste e agrega todos os óbitos relacionados a esse agravo, enquanto aquela relacionada à Rickettsia sp. cepa Mata Atlântica é de característica mais branda, sendo relatada nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do país. Assim, apesar da evidente diversidade da FM no território brasileiro, não há, até o momento, a caracterização das espécies circulantes em alguns focos importantes no país, bem como o entendimento da cinética de crescimento e patogenicidade dessas espécies; conhecimento necessário e fundamental para o controle da FM. Desta forma, esta pesquisa foi dividida em três etapas: 1) realizar a análise filogenética da Rickettsia sp. cepa Mata Atlântica circulante no Brasil; 2) realizar o isolamento e caracterização molecular da Rickettsia sp. circulante em foco recente de FM e 3) Analisar o comportamento de crescimento de estirpes de Rickettsia sp. do grupo FM e expressão de genes relacionados à infecção. Os resultados da primeira etapa deste trabalho baseados nas análises filogenéticas de distância par-a-par mostraram que a amostra analisada de Rickettsia sp. cepa Mata Atlântica é uma espécie distinta de R. parkeri, no entanto, não foi possível diferenciá-la de R. sibirica Neste estudo, obtivemos com sucesso o isolamento de riquétsias provenientes de carrapatos naturalmente infectados, coletados em foco recente de FM no Estado do Ceará: um isolado de Rickettsia sp. filogeneticamente próximo a R. rickettsii que foi obtido a partir de Rhipicephalus sanguineus e uma Rickettsia sp. pertencente ao grupo FM obtida do carrapato Amblyomma ovale. Na terceira etapa do trabalho, avaliamos comparativamente a taxa de crescimento e expressão gênica de R. rickettsii cepa Taiaçu, R. parkeri cepa AT#24 e R. rhipicephali cepa HJ#5, todos isolados brasileiros, infectando células Vero. Foram observadas variações nos padrões de crescimento bacteriano destas três estirpes. Os dados sugerem que a estirpe R. rhipicephali apresenta um comportamento distinto, mostrando um crescimento mais rápido com elevadas taxas de infecção ao longo do período de 72 horas, quando comparada às estirpes patogênicas R. rickettsii e R. parkeri. No entanto, os dados de expressão gênica mostraram que o nível de expressão de ompA foi maior para R. rickettsii em comparação com as duas espécies, nas primeiras horas da infecção. A habilidade contínua das espécies de Rickettsia sp. em modificarem-se geneticamente impulsiona a realização de novos estudos, a fim de identificar fatores que possam contribuir para uma melhor compreensão da patogênese das riquétsias.