Caracterização de potenciais alvos moleculares e teste de fármacos candidatos ao tratamento da doença de Chagas experimental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Ferraz, Marcela Lencine
Orientador(a): Romanha, Alvaro José
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20834
Resumo: No ano de comemoração do centenário de de scoberta da doença de Chagas ainda são muitos os desafios e as dificuldades na busca de novas alternativ as eficazes para o tratamento da doença. O objetivo deste trabalho foi caracterizar potenciais alvos moleculares e testar fármacos candidatos para o tratamento da doença de Chagas. Como alvos foram analisadas três enzimas: a Tiol Transferase (Tc52), a Glutamato Desidrogenase (TcGluDH) e a Aldo/ceto Reduta se (TcAKR), selecionadas a partir de prévias análises de genômica e proteômica em cepas de Trypanosoma cruzi sensíveis e resistentes ao Benzonidazol. Como poten ciais fármacos, foram escolhidos três medicamentos: o Tamoxifeno, a Amiodarona e o Ravuconazol, testados in vitro e in vivo, nas fases aguda e crônica da doença de Ch agas experimental. Para os testes in vivo os fármacos foram utilizados isoladamente ou em combinação. Adicionalmente, foi avaliado o efeito cooperativo do sistema imune na at ividade dos inibidores da biossíntese de ergosterol, Posaconazol e Ravuconazol. Os resultados mostraram que apenas a TcGluDH foi diferencialmente expressa, apresenta ndo uma menor expressão da proteína e do respectivo mRNA nas cepas re sistentes ao Benzonidazol em comparação com as cepas sensíveis. Para TcAKR não foi possível completar a caracterização, mas observamos um aumento no nível de mRNA nas cepas resist entes analisadas quando comparada com as sensíveis. Não houve correlação entre a expres são da Tc52 e o fenótipo de resistência a fármacos do T. cruzi. Nos testes de fármacos, as melhores resultados foram obtidos com a associação Ravuconazol e Amiodarona: 60% de cura e 90% de sobrevivência dos camundongos infectados e tratados nas fase s aguda e crônica. A associação entre Amiodarona e Benzonidazol não gerou efeito sinérgico ou aditivo na cura da doença de Chagas experimental. O Tamoxifeno apesar de ter se mostrado potente nos testes in vitro foi inativo in vivo. Com relação a avaliação da coopera ção do sistema imune na atividade do Posaconazol, nossos resultados mostraram uma nítida influência dos diferentes tipos de linfócitos na atividade desse fármaco assim como para o Benzonidazol. Provavelmente, esse efeito foi devido a ação preferencial de sses fármacos sobre diferentes estágios do parasito, em cooperação com diferentes el ementos do sistema imune. A utilização de camundongos knockout mostrou que a ausência de Interferon-  reduziu a atividade do Ravuconazol e Benzonidazol. O presente trabalho abre perspectivas para serem exploradas.