Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Santos, Ronald Alves dos |
Orientador(a): |
Oliveira, Ricardo Riccio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/57510
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A esquistossomose é uma doença negligenciada causada por helmintos do gênero Schistosoma, reconhecida como um importante problema de saúde pública que afeta especialmente as comunidades mais pobres ao redor do mundo. A esquistossomose possui ampla distribuição ao redor do mundo, porém, está restrita apenas às zonas tropical e subtropical, fator que influencia diretamente a distribuição global da doença. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) as pessoas mais suscetíveis a contrair a esquistossomose são as que habitam áreas carentes, cuja fonte de renda principal seja a pesca ou a agricultura em rios e lagos com caramujos infectados. O diagnóstico atualmente é realizado por exame parasitológico de fezes, pelo método Kato-Katz, o que representa uma limitação dos estudos e inquéritos parasitológicos, considerando o cenário epidemiológico atual do Brasil. Alguns testes diagnósticos estão sendo propostos e avaliados em todos o mundo, dentre eles, destaca se o teste rápido em urina POC-CCA. OBJETIVO: Determinar a frequência de positividade do teste rápido em urina para o diagnóstico da esquistossomose, POC-CCA, em uma população rural de alta prevalência no estado da Bahia, antes e após o tratamento da esquistossomose. METODOLOGIA: Trata-se de uma coorte realizada no município de Conde-BA, na qual foram incluídos indivíduos de ambos os sexos com idade entre 4 e 70 anos que entregaram amostras de fezes e urina. As amostras de fezes foram utilizadas para a confecção de duas lâminas de Kato-Katz, e as de urina para a execução do POC-CCA e tira reagente de urina. Para as análises do pós-tratamento, todos os indivíduos que receberam tratamento para a esquistossomose e enviaram amostras de fezes e urina foram incluídos. O acompanhamento foi realizado em cinco momentos: avaliação pré-tratamento (D0), tratamento, controle de cura (D30), acompanhamento 180 (D180) e 360 (D360) dias após tratamento. RESULTADOS: Foi identificada a presença de ovos de S. mansoni em 189 indivíduos (55,59%) com mediana da carga parasitária de 36 (12–108) ovos por grama de fezes (OPG). Para a avaliação do POC CCA das 273 amostras no D0, 58,24% (n=159) foram positivas para o Antígeno Catódico Circulante (CCA), destes, 18,32% (n=50) foram considerados falso-negativos; 19,05% (n=52) falso-positivos; 23,44% (n= 64) verdadeiro-negativos e 39,19% (n=107) verdadeiro-positivos. Dentre os indivíduos falso-negativos 71,43% (n=20) apresentaram densidade urinaria elevada enquanto que 76,60% dos verdadeiros-positivos (n=37) apresentaram densidade mais baixa. CONCLUSÃO: O POC-CCA, apesar de apresentar uma frequência de resultados positivos maior do que a trazida por duas lâminas de Kato-Katz de uma única amostra de fezes, apresenta uma quantidade importante de falso-negativos, especialmente entre os indivíduos com baixa carga parasitária. Em relação à análise pré-tratamento, o POC-CCA apresentou fragilidades relacionadas à sensibilidade em amostras com baixa carga parasitária. Além disso, osindivíduos falso-negativo para o POC-CCA apresentaram amostras de urina com densidade mais elevada do que os indivíduos verdadeiro-positivos. Assim, a utilização em larga escala do POC-CCA, como inquérito populacional em populações de alta endemicidade do Brasil, não pode ser recomendada em seu formato atual. Adequações do kit ou mesmo do preparo do paciente poderiam então melhorar o desempenho do teste. |